Thursday, December 13, 2007

Vejo em muitas pessoas um grande defeito de atitude quando algo dá errado em sua vida: arrumam um culpado, que não seja ele mesmo, claro. Essa postura de vítima da sociedade, vítima do sistema, vítima da malícia de outras pessoas, já não "cola" mais. Adimiro as pessoas que dizem ter errado ao confiar em alguém, ao tentar de novo algo que já não tinha dado certo ou até mesmo ao tentar fazer algo inovador. Assumir o erro é uma das coisas mais bonitas que existe no ser humano. Acontece que nós não percebemos isso e passamos a mentir, a inventar culpados para nossas fraquezas, para nossos defeitos. Minha opinião continua sempre a mesma, que por sinal tem se parecido com a do nosso presidente, "prefiro ser essa metarmofose ambulante"... Acho uma burrice sem fim defender ideais... Ideais podres, velhos, deteriorados... Quantas vidas você vai precisar viver pra saber que defender ideais é o mesmo que nunca alcançar nada? É como buscar Deus...

Pareço radical, eu sei, e sou mesmo. Acredito na vida agora, não nesse futuro idealizado por alguém que tem a visão humana de um dia alcançar um sistema perfeito, humanamente perfeito.

Tuesday, November 13, 2007

Quando duas pessoas se relacionam e se amam de verdade não seria natural que se deixassem livres para escolhas e para viver? Essa história do amor romântico dói demais porque você deixa de ser uma pessoa livre. Às vezes ouço músicas que dizem algo como "quero te ter", ou "pior é te perder", meu deus, quanta prepotência... Não temos nada, nem ninguém. A posse é o pior do amor romântico. E a ilusão? O que você diria se visse um amigo conhecer uma mulher e ouvi-lo sonhar: é a mulher da minha vida... vamos casar e ter filhos lindos... ou o clichê "é impossível ser feliz sozinho". Acho que talvez o impossível seja ser feliz fazendo o que não se deseja apenas por convenções sociais. A questão que mais me deixa angustiada é que sempre há um porquê atrás disso que não o amor. A isso dou o nome de ilusão. A pessoa imagina que é aquela outra que vai lhe tirar da solidão, que vai lhe dar uma vida melhor, que vai passar o resto da vida aturando suas chatices. A posse e a ilusão... Que nojo estou do amor romântico!

Sunday, November 11, 2007

"Sou fraca, safada, sofrida e não minto pra mim"

Sufocada de medo e culpa, frustrada em minhas expectativas, duras expectativas que vêm como linhas retas se encontrarem num ponto central. E tocar nesse ponto é justamente o que me dói. Então, fugi. Como sou fraca! Voltarei... Uma volta amarga que venho adiando, mas que não há mais como evitar. Como fazer mal a quem só te faz bem? Mas não estaria eu fazendo mal até mesmo quando evito fazer o mal? A duras penas vou me sufocando, não precisava disso, não deveria ser assim, mas é. Medo da vida, medo de não ter o que quero. E o que quero? Nem sei, talvez só saiba mesmo o que não quero, ou nem isso, talvez precise realmente é de me encontrar.

"Deixe-me ir,
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
ouvir os pássaros cantar
eu quero nascer
quero viver

Deixe-me ir,
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim preguntar
Diga que eu só vou voltar
quando eu me encontrar"

Friday, October 26, 2007

Entrevistas de emprego x amor pelo trabalho

Nessa minha peregrinação por São Paulo em busca de uma oportunidade de emprego interessante, que, teoricamente, eu não teria em Belo Horizonte, consegui, finalmente, ver alma em um entrevistador, se é que o posso chamar assim. Todas as empresas que fui tinham aquelas perguntas padrões: aquela odiosa pergunda das 3 características positivas e das 3 negativas da sua personalidade, o 'por que você quer esse emprego?' (será que a resposta não é 'porque preciso trabalhar'), fuma? (igual a um dragão), tem religião? (ateu praticante), só faltava perguntar se transo ou não com frequência... (tem épocas que sim, outras não). Mas ontem, de repente, encontrei meu novo emprego e junto com ele uma nova perspectiva, inclusive de organização. Acredito (e inclusive penso em escrever mais sobre o assunto) num novo modelo de empresa, sem hierarquia, com muito capital intelictual, com muito trabalho, porém com muita cultura, com muita leitura, com trocas interessantíssimas de experiências. Perguntas padrões me enojam porque exigem respostas padrões. Eu não sou, não fui, nem serei padrão. Não me encaixo nos modelos de emprego porque a vida não é um modelo, a vida é momento e não há padrão, não há modelo que me faça deixar de viver e amar o que faço.
Mas ontem, pela primeira vez ouvi uma pessoa dizer:
- Olha, não é bem uma entrevista, porque não sei entrevistar ninguém.
e respondi:
- Ótimo, porque também não sei dar respostas a essas perguntas todas.
E assim nos acertamos.

Friday, October 05, 2007

Garçonete em Toronto

Pedi uma coca light e ela trouxe uma sem cafeína, como parecia já ter sido bem difícil pra ela trazer todas as bebidas, cerveja e etc, eu deixei pra lá. Mas quando fui pedir a segunda coca, resolvi mostrar que queria mesmo uma coca light, sem calorias e não sem cafeína. Ela olhou pra mim com a cara mais assustada e disse: "Oh, you need some caffeine!". Achei melhor concordar: "Isso mesmo, I do need some caffeine".
Ela cultiva flores mortas, murchas, quase secas. Ainda tem esperança de arrancar-lhes algo de vida. Mas ela não percebe que estão mortas, não vê que tem que partir, que sumir, que vomitar tudo aquilo que engoliu. Ela vai da casa ao trabalho, do trabalho para casa, na sua frustrante jornada diária. Reclama, reclama, a todo momento. Chora, liga pro namorado, ele também não sabe muito o que dizer. Ele sabe puxá-la pra junto dele, fazer dela um cachorrinho. Ela aceita. São as flores mortas. O cheiro já não agrada, lembra velório, cemitério. Mas não adianta dizer, ela não quer saber, não quer sentir. Quer apenas seguir reclamando. Pensar que fiz parte disso um dia me apavora. Tão linda, tão jovem e perdendo a vida num lugar onde todos já morreram.

Monday, October 01, 2007

Era digna de poesia. Cantou para mim: "Não importa com quem você se deite, que você se deleite seja com quem for"... Mas não sei se aceito o seu estranho amor... Me tirou pra dançar e quando já estava na pista me perguntou se eu sabia. Quanta contradição... Respondo que sei um pouco e ela me diz que também não sabe muito. Ela aperta minha mão, me dá um frio, fico tonto, fico louco pra dizer alguma coisa. Mas ela é bem direta, diz adorar meu sotaque, não tenho resposta. Ela é tão linda, tão imprevisível. Eu sou tão igual aos outros... Penso o que ela viu em mim, penso se devo lhe beijar a boca. Por que pensar? Deveria agir. Mas não ajo, fico imóvel, estarrecido. Ela é tão segura de si, tão certa do que quer. E eu vagando perdido, sem ao menos conseguir respondê-la. Ela se despede de mim com um beijo na bochecha, sai cantarolando "um amor assim delicado, você pega e despreza". Maldito Caetano!

Friday, September 21, 2007

Se acontece de gostar sem se conhecer alguém,
Nem o sexo, nem o cheiro, nem o passo, ou qualquer gesto,
Nem a voz, nem o tempeiro, nem o olhar...
Será que acontece de amar sem se saber?
Sem conhecer a personalidade, sem saber quem há de ser?
Vai ser alguém? Um apaixonado por arte e por história, por música,
por lazer? Dedicado ao trabalho? Estudioso? Vai gostar de ler?
Pode se amar assim? Incondicionalmente? Sem se saber?

Thursday, August 30, 2007

Não à ignorância na hora das cantadas!

Hoje, andando pela rua, recebi a seguinte cantada:

"Que saúde! Deus conserve, viu? Lôrão!"

Fiquei refletindo sobre essa frase por algum tempo. Como vocês sabem, quando o assunto envolve deus e seus mistérios acabo sempre filosofando. Sei que é uma simples cantada, mas quero, através desse texto, mostrar como se transforma um 'elogio', ou sei lá como podemos chama-lo, em um pensamento filosófico existencialista.

Bom, a questão que me intrigou foi "Deus conserve"... fiquei pensando nessa frase com absoluta profundidade e entendo que, se deus é esse ser que todos dizem, que criou a vida e a morte, a noite e o dia, a natureza e toda sua essência, criou a física, a química e a biologia. Criou norte, sul, leste, oeste, enfim... Se é desse deus que ele fala, então não entendo... Não me entra na cabeça tal frase, porque acredito que deus pode fazer de tudo, menos conservar coisas e pessoas. Se a vida é constante transformação, mudança a todo momento, "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia", então, ao meu ver, querido galanteador, você não entende nada de deus, nada da natureza e nada da efemeridade da vida. E como se diz por aí, às vezes não prestamos atenção no que falamos e no quão infundadas são nossas frases.

Monday, August 20, 2007

A vida pensando consigo...

Se se causa polêmica sendo alguém ou deixando de ser, isso pouco importa. Na verdade somos algo que transita, instavelmente, entre o ser e o não ser. Entre o levar e o deixar-se levar. Preconceito, raiva, rancor... tudo isso só existe se em você o sentimento existe. Não é um texto de auto-ajuda, nem de obviedades, fato é que deixamos de ver, de viver, de sentir, porque estamos achando o momento inapropriado, as pessoas indesejadas, as coisas monótonas. Esquecemos que a vida é composta de tudo isso. Nunca entendi a função do chefe que acha que levar a vida a sério é ter a cara amarrada, rancorosa, de cão de guarda, que está sempre à espreita do erro do funcionário. E ele, o funcionário, vai errar! Sempre, e muito! A todo momento. Porque quando esperamos algo dos outros vamos sempre nos frustrar. E aquele homem que vejo ganhar rios de dinheiro, mas sem tempo e sem amor à vida suficientes para aproveitar, não tenho inveja, mas também não tenho pena e não perdôo.

Friday, July 27, 2007

Desafeto

Orgulho. Um dos seus maiores defeitos, ele sabia disso. Porém não adiantava dizer, assim como continua não adiantando. Caminhava altivo, com nariz empinado, seus cabelos lisos, nem curtos, nem muito compridos, caíam sobre os olhos. Ele os jogava para trás com um movimento de cabeça ou com as mãos mesmo. Não era bonito. Era baixo, franzino, dentes para fora, dizia ser descentente de índio. Apesar da aparência, sabia conquistar uma mulher, tinha seu lado Don Juan. Se envolvia de tal forma com elas que as faziam acreditar que haviam encontrado o homem de sua vida. Mas tudo era passageiro, ele gostava mesmo era de conquistar. Mas não acredito que seja um cafajeste sozinho... as mulheres tinham sua parcela de culpa. Era tão óbvio que não podia ser real, mas mulheres gostam disso, gostam de sofrer por um amor não correspondido. Mas como eu disse, seu ponto fraco era exatamente onde acreditava ser forte: seu orgulho! Dessa vez conquistou, se envolveu, mas havia uma terceira pessoa. Sim. Quantas pessoas existem num casamento? "Duas, o homem e a mulher. Não senhor, no casamento existem três pessoas, há a mulher, há o homem, e há o que chamo a terceira pessoa, a mais importante, a pessoa que é constituída pelo homem e pela mulher juntos"*. Mas parece que ele faz de tudo pra destruir essa terceira pessoa, pra ele basta viver consigo mesmo.

* A sitação em parênteses é do livro Todos os Nomes do Saramago.

Friday, July 06, 2007

Que nome dar?

Naquele dia de sol, João pegou seu barco e foi navegar, o dia estava lindo, um mergulho não seria nada mal. Pula na água, as ondas do mar estão bem calmas. Foi nadando, nadando, mas, como as coisas mudam, de repente, chegou uma tempestade.
Pensou em voltar para o barco, mas já era tarde, o barco estava distante, ele se distraiu nadando. Foi então que teve que dar braçadas em meio a ondas gigantescas, o barco cada vez mais longe. Pelo menos ele tinha um colete salva-vidas. A tempestade fez o céu escurecer mais cedo, e ele perdeu o barquinho de vista. Tentou nadar para o litoral, desesperadamente, sua angústia aumentava, engoliu água, estava tudo escuro, teve fobia. Ondas e mais ondas, agora não conseguia dar grandes braçadas, estava esgotado, exausto.
Então abriu os olhos, agora já não tinha mais nada... nada de ondas, de água, de barco, de escuridão, nem o colete estava com ele, só a dor que aumentara. Aquela dor que nos aprisiona desde o primeiro dia de vida e que, gradualmente, aumenta no peito. Dor cruel, laciva, impossível de não doer. A dor de perder.

Thursday, June 28, 2007

Laura é uma menina legal, muito legal! Não tem papas na língua... É bonita, inteligente, engraçada, risonha. Mas é completamente maluca. Não sei se devemos chamar de maluca, mas ela vive como quer viver... Um dia estávamos num bar, um cara a paquerava, alguém disse:

- Ele tem namorada...

Ela nem ligou, tava a fim e beijou.

- O compromisso não é meu...

Um belo dia ela estava ficando com um cara, ele era amigo do primo dela, o primo dela é gay, de repente ela solta:

- Cara, você é gay?

Claro, ele ficou magoadíssimo, ela até chorou depois de vergonha. Mas se explicou com ele e são bons amigos agora. Mas o mais louco nessa menina é a espontaneidade... É, acho que é essa a palavra...

Todo mundo chapado e ela diz:

- Vou ali dar um mijão!

O pessoal continua chapado e ela:

- campeonato de arrotooooo!!! Quem começa? Ninguém se habilita? Eu começo então!

Assim, ela não é vulgar, ela é legal, mas tem uma coisa que é só dela e não liga se alguém não gostar.

Sunday, June 24, 2007

As crianças do terceiro período resolveram sentar numa roda e conversar questões existenciais. Até que uma delas resolve falar sobre um assunto muito sério: a existência de ninguém mais, ninguém menos, que Papai Noel. Mas um deles era mais esperto e disse:
- Ei, gente, quê isso! Papai Noel não existe... Mas coelhinho da páscoa... Ah, esse existe!

Pode não parecer, mas é uma discussão profundíssima!

Wednesday, June 13, 2007

O Devagar e o Súbito

O frio lhe doía os dedos ao tocar o piano. A professora sempre adivertiu para que fizesse o aquecimento das mãos e exercícios para a flexibilidade, porém, a necessidade de tocar era tanta, tão desesperada, que não podia perder tempo com aquilo.

Tocava com atenção, muita atenção, nota a nota, não errava uma, nenhuma lhe passava desapercebida. Ao tocar não se lembrava do passado e nem se importava com o futuro. Era apenas a vida, ela e o piano. Nota a nota, não o "do, re, do, re", mas tocava clássicos e mais clássicos, difíceis, aqueles que mexem com a alma, Bethoven, Bach, Mozart.

Não queria e nem poderia pensar naquele momento, mas no fundo sabia que se a morte viesse devagar tudo seria mais fácil. Nem era só a morte física que lhe incomodava, ela também sentia a morte que não parece morte, daquilo que não volta mais. Se tudo morresse devagar, se tudo morresse devagar, seria mais fácil. Entretanto aquela inesperada, aquela súbita, isso matava aos poucos, e era o que ela não queria para si. Que contradição, embora soubesse que morrer devagar doía menos aos outros, sabia que doía mais a si mesma. Seria egoísmo, e por isso não queria pensar naquilo, "morte lenta às coisas e pessoas, morte súbita para mim". Por esse motivo se calava e sentava ao piano, dedilhava, esquecia as pessoas, as coisas e suas mortes.

Sunday, June 03, 2007

Luz forte sobre minha cabeça
Última chama que
Como quem não quer nada
Ignora meus defeitos e
Admira meus argumentos
Que na maioria das vezes,
falsos e cretinos,
Se disfarçam de verdade
Por serem extremamente bem construídos.

Friday, May 25, 2007

Insuportável

Se da boca lhe saíssem palavras doces, mas ela era só ironia e amargura. Amargura essa que a fazia inchar. Não conseguia saber o que lhe faltava, então comia para preencher o vazio. Cada vez mais gorda, cada vez comia mais. Tornava-se mais feia, mais rejeitada, comia mais um pouco então. Não bebia, talvez se bebesse seria melhor, ou então ela ficaria tão chata que nem ela mesma se suportaria.

Saturday, May 19, 2007

Pornografia na Rua Ceará.

Patrícia e Gustavo eram namorados daqueles que brigam por tudo. Qualquer coisa era motivo pra sair batendo a porta, chorar, gritar, bater, desligar o telefone na cara. Parecia romance de novela mexicana, bem tragicômico. Só que teve um dia que foi mais cômico do que trágico. Gustavo fez 18 anos dez meses antes de Patrícia, e foi logo tirando carteira de motorista. Quando ela antingiu a maioridade, ele indicou seu instrutor, dizia que era um bom profissional. Bom, aquele dia, em que Patrícia começaria a fazer as aulas de direção, era um dia especial, formatura de uns amigos, ia ser um festão. E ela estava com as horas contadas, tal horário seria a aula, depois academia, depois salão e depois a festa.

Bom, tomou seu banho como de costume e foi aprender a dirigir. Assim que entrou no carro o instrutor falou:

- Prazer em conhecê-la! Mas nossa, você é bonita! O Gustavo disse que não era...
- Ele disse isso?

E fez a aula com tanto ódio e pensando em matar o Gustavo! "Como assim, fala pros outros que a namorada é feia? Se sou feia, por que namora comigo? Ah, mas ele me paga, vou brigar demais". E assim foi, nem prestou atenção na aula, só queria saber de brigar com o namorado.

Bom, sei que eles brigaram muito e ela foi pro salão. Fez um penteado e uma maquiagem e ficou esperando o Gustavo chegar pra eles irem pra festa. Acontece que ele combinou de chegar 9 da noite e só apareceu quase 11. Ela já estava com ódio mortal, estava com vontade de dormir, mas o penteado a atrapalhava, pensou em tirar o vestido e tomar um banho, mas resolveu esperar e esperar e esperar.

Enfim ele chegou e foram pra festa discutindo, aos berros, mas com certa classe pra não estragar a maquiagem e o vestido. Ao chegarem na festa ficaram entre os amigos, era um apagando fogo daqui, outro de lá. "Ele não queria dizer que você é feia, você não é feia, ele só não queria fazer propaganda", dizia um amigo. Mas ela estava resistente, queria brigar, queria chamar a atenção do namorado de qualquer maneira. Bom, não resolveram a questão na festa, mas ela bebeu bastante, tomou um porre de uísque importado. Ele voltou dirigindo e ela começou a fazer charminho:

- Ai, estou passando mal, acho que bebi demais.
- Passando mal?
- É, estou mal, acho que vou vomitar

Era tudo mentira, mas Gustavo tinha acabado de ganhar o carro dos pais, dizem por aí que brasileiro é apaixonado por carro. Faltava um quarteirão para deixar Patrícia em casa, mas ele desesperou, ela ia vomitar no carro dele. Entraram na rua Ceará, ele deu uma freiada brusca, saiu do carro, e ela sem entender nada:

- Quê isso Gustavo?
Ele abriu a porta do passageiro.
- Você vai me deixar aqui na rua? - disse assustada.
- Ponha as pernas e a cabeça pra fora! Você tem que vomitar.
- O quê?
- Fica quieta, menina, você está falando demais!
- Eu que falo demais?

E aumentaram o volume da voz...

- Vou enfiar o dedo e você não tira!
- Não quero!
- Vou enfiar!
- Tá doendo!
- Mas é pro seu bem, vou enfiar, não tira!
- Não quero, Gustavo!

De repente, na casa da esquina, uma janela se entreabre, só uma gretinha, e eles escutam a voz rouca de uma velhinha:

- Seeeeeuuuussss pornográficos! Não vê que a menina não quer?

(Qualquer semelhança com a realidade é mera realidade mesmo.)

Thursday, May 17, 2007

É uma pena!

Chegou ao encontro, era um encontro a três, mas nada de amor, eram colegas de sala e faziam parte de um grupo. Dois chegaram antes, enquanto ela não vinha. O trânsito em Belo Horizonte anda complicado nesse horário, ainda mais na Av. Afonso Pena. Duas mulheres e um homem, mas por enquanto só um homem e uma mulher. A primeira mulher pergunta sobre a ex namorada. Ele diz que acabou mesmo, que se apaixonou por outra, mas que a outra tem namorado.
- Ah! Complicado... Eu acho difícil separar um casal. – diz ela.
- Que nada! Quando é assim, quando a mulher dá entrada, se você quiser, basta fazer o que ele não faz.
- Será?
- Claro!
- Mas você e sua ex não rola mais nada?
- Ela quer voltar... uma pena, não dá, estou mesmo apaixonado. Só que a outra não quer nada comigo... Também, daqui uns dias vou deixar de vê-la.
- Por quê?
- Digamos que ela é da sala...
- Ah, já tinha percebido...
- Né?

Então ela chegou, eles faziam o trabalho tranquilamente. A outra pensando nos dois: "será que daria certo? Será que ela largaria seu namorado do interior pra ficar com ele? Ela tem a boca tão gostosa... boquinha linda, sempre reparei... Ele está olhando pra boquinha dela, descaradamente. Ela nem percebe! Ou será que finge? Eu não posso olhar, ai que inveja"
E ele solta um suspiro e diz:
- É... é uma pena...
- Uma pena...

Wednesday, May 16, 2007

Morrer?

Morrer é dormir sem sonhar.

Friday, May 11, 2007

Maio, Maio, Maio

É maio em Belo Horizonte, maio, maio, maio é
Feito frio vento voarei, maio
Filmes rápidos, plágios sonharei
Sempre dispenso a esperança
Contente com a lentidão de um lugar
Que a ventania deste mês sacoleja, modifica e lança
É maio
Maio, maio, maio, maio é
Maio
Sonho sonho sonho sonharei
Talvez um monstro em maio me assuste
Porém o tempo, o devorador
Já sabe que sou em quem o degusta
Maio
E me
Sento
No chão
Olho para a Serra do Curral
Sem nem
Lembrar
Quem foi que num verão cruel
Veio, passo a passo
E seqüestrou meu coração
Mas não levou o céu
Que avisto aqui do chão

* Composição Maio, Maio, Maio de João Bosco/ Antônio Cícero / Waly Salomão. Descaradamente adaptada por Raquel para caber à realidade de Belo Horizonte.

Friday, May 04, 2007

Musiquinhas que meu pai cantava pra mim.

"Fui certa vez na casa de um japonês
E o japonês tacou cigarro no chão
A japonesa começou a reclamar
E o japonês pôs a mão no cinturão
E disse então
- Kataí, Kataí, Kataí, Katá, Kataí, Kataí, Kata, Kata, já
- Tumimanda katá, tumimanda katá, japão, kataítu, kitukitakou no chão!"

Tinha uma que ele perguntava e eu respondia:
"- Menina, tu tá comendo vridro?
- Não pai, tô chupano é preda d'água"

E tinha a introdução do hino nacional:

"Laranja da china, laranja da china, laranja da Chi-na
Abacate, limão doce e tangerina
Quando eu morrer, quero uma cova bem funda
pro tatu não beliscar a minha bunda"

'Tinha aquela clássica também:
"Papai, eu quero me casar!
- ô minha filha, você diga com quem.
- Eu quero me casar com o leiteiro.
- ô minha filha, você não casa bem.
- Por que, papai?
- O leiteiro tira o leite da vaca, e depois vai tirar docê também"

E eu amava essas musiquinhas!

Tuesday, April 24, 2007

Felicidade tem cura!

Duas moças.

Moça 1: Nossa, mas isso é sério!

Moça 2: Não é? hahahaahahhaha!!!!

Moça1: Sim, mas você não disse que ia ao médico?

Moça2: Eu fui!!! Hahahahahaha!!!

Moça1: e aí?

Moça2: Ele me perguntou qual era o problema! hahahahahhaa! E eu disse que o problema era esse!!! hahahahaha Falei: doutor, não consigo parar de rir hahahaha!

Moça1: e o que ele disse?

Moça2: Ele disse que isso não era um problema. hahahahaha, falou que era porque eu era feliz hahahahah! Mas agora estou preocupada, hahahahahha, tenho que parar com isso hahahahaha!!!

Sunday, April 22, 2007

Defeitinhos de personalidade

Vejo que com cada amigo eu tenho uma relação diferente. Já me argumentei se isso não seria uma personalidade múltipla, mas acredito que não. É que tenho o infeliz costume político, e a percepção necessária para isso, de falar apenas o que o outro quer ouvir. Às vezes me assusto com as palavras que falo, que nada tem a ver com meu pensamento, que muitas vezes falam o contrário do que penso. Mas falo mesmo assim, minto. Enganou quem achou que sou pura verdade. Enganou quem acha que me conhece. Enganou redondamente. Me assusto com isso, muito, muito mesmo. Não que eu seja uma má pessoa. Mas sou bem egoísta. Não consigo me sensibilizar com a fome na África, ou atentados homicidas e suicidas, simplesmente não me importo com isso. Acho que somos parte da natureza e estamos aqui pra morrer mesmo. Morreu? Enterra... Nunca vamos ter um mundo perfeito, então não vou me importar com isso. Aí alguns vão dizer: "um dia acontece com você". Se acontecer comigo, eu sofro, e daí? Mais um ou menos um sofrendo no mundo... Que diferença faz?

Mas apesar de todo o egoísmo, gosto de meus amigos, mas muitas vezes não procuro. Quando a vida toma rumo diferente, na maioria das vezes, sumo. Simplesmente esqueço que aquela pessoa existiu. Não é por maldade, às vezes lembro dela com certa saudade. Mas é que não sou muito de sentir saudade, não sou muito de forçar as coisas. Família? Ah... família! Ninguém merece! Família pra mim é mãe, pai e irmã... O resto eu trato com carinho, mas não fico o tempo todo querendo saber o que estão fazendo. Ainda mais porque eles se metem demais, querem saber demais, e eu não gosto de dar muita satisfação.

Agora, quem não ligar pra esses meus defeitinhos, pode ser meu amigo. A maioria das minhas amigas dizem que sou louca, mas continuam minhas amigas, porque apesar dessa rabugisse toda, eu sou até legal. Só não gosto de discutir política e covardias ou crimes no mundo, acho perda de tempo.

Wednesday, April 18, 2007

Não procurei entender

Ei, moço, pode me dizer que horas são? Que mesmo sabendo que já passa do horário, posso ficar aqui? Pode me dizer que é isso que importa? Que esse é um dos momentos mais lindos que já viveu? Mesmo não sendo verdade, moço. Mesmo que não seja assim... Pode me chamar pra sair com você? Naquelas noites bonitas de lua cheia? Mesmo que não seja romântico, querido, só queria sair. Poderia novamente me dizer as horas? Elas passam tão rápido quando estou com você! Me diga que é mágico nosso momento, que nunca viu coisa igual. Pode me dizer, amigo, que nunca teve companhia assim? Mesmo que já tenha existido uma ou outra igual, mas gostaria de ouvir. Mesmo que seja desculpa, mesmo que seja só vontade. Mas diga pra mim, que é especial, que nunca sentiu algo assim.

Sunday, April 01, 2007

Marina

Se Marina fosse a menina que eu queria que ela fosse, sem dúvida me levaria pra viajar em seus pensamentos. Mas ela nunca soube me conduzir e eu sempre me perdia. Ela tinha seus amigos imaginários, eu tentava ter os meus. Mas muito realista, sempre, não conseguia dar nome a eles. O dela se chamava Escalor, e ele estava sempre no arco-íris, e como existiam arco-íris naquela época! Nina era doce, mas era uma doce muito doce, e eu não entendia sua doçura. Ela, às vezes, ria de mim, e isso doía, doía. Íamos ao clube, ao parque, à feira, e ela sempre manhosa, com sua mania de filha caçula. Eu sempre a mais velha.
Eu tinha ciúme de Escalor, ele a roubava de mim. Ela conversava com ele em noites de lua cheia, quando se formava aquele arco de luz em torno da lua, ele estava lá, e eu também, mas Marina não me via, só via a lua e seu amigo.
Marina tinha os cabelos dourados, compridos, olhos verdes. Eu morena, cabelo cacheado, cabelo e olhos castanhos. E todos diziam para ela não se pintar, que já era bonita com o que Deus lhe deu. E era mesmo.

Tuesday, March 27, 2007

Um final feliz na medida do possível

Resolvi ser solidária ao texto do meu amigo Rodrigone e falar sobre o meu péssimo desempenho nos esportes (na verdade é que achei legal o texto dele mesmo). Uma vez eu contei aqui sobre o pé de coelho e o meu desempenho numa simples queimada. Pois é, o tempo passou, cresci e, a cada dia, ficava pior nos esportes... Só que tinha um pequeno problema, eu não era daquelas meninas que ficam torcendo pra professora de educação física lhe tirar do jogo. Não, eu me esforçava. Lembro-me de algumas colegas que a professora obrigava a participar, elas faziam uma espécie de grupo de bate papo dentro da quadra. Geralmente era uma de um time e outra de outro, ninguém mandava a bola pra elas, só quando não se tinha opção, e mesmo assim, elas ou estava muito preocupadas falando das compras que fizeram ontem ou então tentavam pegar a bola em vão, que iria parar ou fora da quadra ou nas mãos do time opositor. Mas essas meninas eram o extremo, e pouco ligavam se estavam indo bem ou mal. Falavam com a professora que não gostavam e que não queriam aprender. Para não atrapalhar o jogo, então, resolveu-se que elas fariam caminhada em volta da quadra enquanto as outras jogavam. Hoje penso que eu deveria estar lá, junto delas, mas não, eu insistia em jogar...

Mas tem uma coisa que é pior que ser ruim nos jogos, é ser alto(a). A família do meu pai é toda alta, eu sou alta e sempre tinha um idiota pra dizer: "nossa, você joga voley? Não? Está perdendo seu tempo. Você joga basquete então? Também não? Nossa! Alta desse jeito e não aproveita. Se eu tivesse seu tamanho e sua idade!!!". Acredito que o Rodrigone tenha passado por isso também, ou estou enganada? Tenho um primo que tem 2 metros, sempre que a gente saía juntos eu ouvia pelo menos uma anta lhe perguntar isso.

Bom, mas o que aconteceu comigo foi o seguinte: começaram a me colocar no gol, eu até gostava de ser goleira, mas o duro era tomar frango. Mas foi na mesma época que eu comecei a treinar Ninjutsu, então aprendi algumas coisas sobre equilíbrio e concentração. Foi aí que consegui me destacar um pouco, virei a goleira da turma, fazia altas defesas e destronquei o dedo da mão direita várias vezes pra defender bolas mais fortes. Bom, mas hoje isso passou e ninguém mais se lembra, nem eu mesmo me lembrava direito.

Wednesday, March 21, 2007

Tive você na mão, agora tenho um jogo de botão

Ela com ele se sente aprisionada, sem poder viver as coisas que a vida lhe trouxe. Ela olha ao seu redor e acha tudo blasé, e as pessoas perguntam como vai e ela responde "indo".
Ela sem ele é só melancolia, chora, se sente só, sem amigos, sem companhia.
Ele? Não sabe viver sem ela, acostumou-se, também não quer enxergar essa possibilidade.
Ele chora, ela volta, ela chora, ele se vai.
E tudo que ela pensou, tudo que sonhou, que disse, tudo virou pó. A grande revolução, a grande mudança, não saiu do papel.
E agora ela, sozinha, procura entender seus sentimentos, procura se conhecer, mas talvez o medo seja esse mesmo.

Em algum lugar bem guardado...

Hoje, vindo para o trabalho, me vem a imagem de uma paixão muito antiga. Então, de repente, meu lado consciente se pergunta: O que o X está fazendo nos meus pensamentos matinais? De onde veio esse pensamento?
Então me recordei do sonho que tive essa noite, em que íamos tirar uma foto de família, ele estava na minha frente, virava-se pra trás e me dava vários beijinhos na boca. Mas enquanto ele fazia isso, todos estavam prestando atenção na foto e não viam a gente, e a gente se beijava e ria da situação. O rosto dele tampava o meu, eu não iria aparecer na foto. E, mesmo sendo em meio a várias pessoas, a gente estava se beijando escondido. Mas escondido do quê? De quem? A foto era de família, mas eu não era da família.
Bom, como dizem por aí, você sonha porque reprimiu aquilo. A sociedade não aceita certos tipos de conduta, então você as reprime. Viram sonhos.
Agora que escrevo consigo ver quase que claramente o significado desse sonho. E é tão assustador pra mim que não consigo escrever no blog. O que posso dizer é que ontem me lembrei de várias histórias que se passaram comigo e com uma amiga, que é prima desse cara que sonhei. E que algo que eu não sentia há tempos, que na verdade eu nem me lembrava de ter sentido, voltou. Estranho, muito estranho.

Aos mais íntimos eu conto depois.

Saturday, March 17, 2007

O que me mata

Não é o efeito borboleta
O efeito estufa
muito menos o cascata

Mas o efeito sanfona
Esse sim me mata!

Monday, March 12, 2007

Rua Rio das Mortes, 666

Um dia, caminhando, você depara com a placa com o nome da rua pregado no muro. Um muro chapiscado, pintado da cor terra. Atrás do muro um galpão, ou seria um escola? Enfim, a aparência é de uma propriedade abandonada. Um vazio toma conta da alma quando se olha para lá. A sensação de não preenchimento é comum no ser humano. Qualquer coisa o afeta. Nesse momento você pensava em se desapegar de tudo, se mudar de cidade, de estado, de país. Sumir nessa imensidão sem dar ao menos satisfação. Mas aquilo é só um pensamento, muito longe da realidade, e você quer viver a realidade, porém não sabe como. Talvez seja esse o motivo do vazio, querer entender deus e todas as coisas que são dessa vida. Encarar o real de frente, às vezes é bem mais fácil acreditar no sobrenatural.

Tuesday, March 06, 2007

A morte é parte importante da vida

Nunca conheci alguém tão desgarrado das coisas como meu avô. Ele nunca teve ambição, sonhos, desejos. Se casou, teve três filhos, ficou enfastiado, sumiu no mundo e a família que se virasse sem ele. Mas afortunado como só ele, morreu na companhia de todos os parentes.

- Vou embora hoje!

Ele repetiu essa frase duas vezes ontem. Sabia que ia morrer e que ia ser naquele dia. Quando a morte vem assim, avisada, aos 97 anos de idade, é tão bela, tão bela, talvez mais que um nascimento. É muito fácil sorrir quando alguém nasce, mas pra mim era difícil não sorrir ontem, ele transcendeu! Se iluminou! Como eu não poderia sorrir? Nunca tinha presenciado uma morte assim, de alguém que não tem o mínimo medo de morrer.

Ouvi meu pai dizer que ele descansou. Mas pelo que conheço de meu avô, a última coisa que ele vai querer é descansar, porque ele viveu tão bem cada momento de sua vida que não se cansou, ele era um jovem brincando de envelhecer.

Monday, March 05, 2007

Loucuras por amor?

Bom, há tempos queria escrever sobre esse tema, mas nunca vinha a idéia. Fiquei pensando que se algum dia eu fosse entrevistada e alguém fizesse aquela pergunta "qual a maior loucura que você já fez por amor", eu simplesmente não saberia responder. Acho que eu nunca fiz esse tipo de coisa pra chamar a atenção de alguém, o máximo que fiz foi chorar na frente da pessoa ou ligar numa madrugada, isso eu já fiz, mas foram poucas vezes na vida. Então me lembrei de uma história muito engraçada que aconteceu comigo e acho que isso é uma loucura por "amor". Coloco entre aspas porque acho que isso não é amor, é posse. A gente não sabe amar, infelizmente.
Uma vez, há um bom tempo atrás, eu estava num churrasco. Não conhecia quase ninguém e fui apresentada a um monte de pessoas. Porém, tinha um casal daquele tipo alternativo: cabeludos, roupas largadas, tatuagens, sandálias rasteirinhas de couro. Não me foram apresentados, eles estavam longe, mas onde eu ia, percebia que o cara estava me olhando, até que fui ao banheiro e tinha fila pra entrar. Como era na casa de um amigo, só tinha um banheiro. Foi nesse momento que um ser me cutuca, olho pra trás e era ele, o "cara que tinha namorada".
- Oi tudo bom, meu nome é Renato.
- Tudo bem e você?
E começamos a conversar. Não deram 30 segundos e a namorada já estava lá. Ela se apresentou pra mim e já foi entrando na conversa. Jogou seu corpo na frente do corpo do namorado e o fez abraçar sua cintura. Então eu perguntei quanto tempo eles tinham de namoro, mas era mais pra dizer "fique tranquila, querida, não estou paquerando seu namorado". Então ela respondeu, porém não lembro a resposta, e em seguida me disse:
- Ele é o amor da minha vida, fiz até uma tatuagem com o nome dele, quando chegar sua vez eu entro com você no banheiro e te mostro. - não preciso dizer que a tatuagem era num lugar estratégico.
Nesse momento, em que ela me falava isso, ele me olhava com aquela cara de reprovação como quem diz: "o quê que eu posso fazer?". E como eu sou má, me dirigi a ele e perguntei:
-E você, tatuou o nome dela também?
- Não!
- Que pena, achei tão romântico. (6)
E é realmente romântico, por isso às vezes temos que questionar o romantismo. Isso é amor ou é posse?

Sunday, March 04, 2007

Eclipse Lunar


Aproveitando o eclipse lunar, resolvi fuçar nas minhas antigas anotações. Lembrei que há muito tempo eu tinha escrito uma poesia que citava esse evento da natureza. Se acharem muito fraca a poesia, levem em consideração que eu devia ter uns 18 anos quando escrevi.

Eclipse Total

O eclipse aqui é total
Pode-se ver as estrelas no céu, meu bem
Eu queria arrancar a raiz do mal
E queria te arrancar daí também

Se eu pudesse estar aí
Junto com você, estaria
Tudo seria diferente, sei
Mas era o que eu mais queria


Dias e noites são iguais
E a vida anda assim
Às vezes rápida demais
E noutras uma angústia em mim

O que será que você faz agora?
Hoje sonhei com você
Sonhei que estava na cidade onde você mora
Eu te procurava, mas não achei

Wednesday, February 28, 2007

Segredos que as mulheres não revelam aos homens

...

Eu não seria a primeira a contar...

Friday, February 23, 2007

Pessoal, vocês tem que me dizer pra quê eu devo manter meu blog online. Porque ando pensando seriamente em deletá-lo.
Então enumerem de 1 a 3 os motivos que pra vocês eu deveria mantê-lo.

Wednesday, February 14, 2007

Infinito Particular



Eis o melhor e o pior de mim


O meu termômetro, o meu quilate
Vem cara, me retrate

Não é impossível
Eu não sou difícil de ler

Faça sua parte

Eu sou daqui e não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Em alguns instantes

Sou pequenina e também gigante
Vem cara, se declara

O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder

Olha minha cara

É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo

A água é potável
Daqui você pode beber

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown

Monday, February 12, 2007

Seu Agenor, véio de guerra

Um aparelho digestivo de quase 100 anos! 97 anos de teimosia... Ontem a hemorragia começou. E no hospital ele era o centro das atenções. "Num tô doente não, isso aqui é o quê? Um hospitar? Mas é espírita? Não? Mas eu num tô com dor de cabeça, num tô com dor de barriga, comi bem... vam'embora, num tô doente não!". Toda hora perguntava onde estava... meu tio dizia que era no hospital... "hospitar??? num tô doente não"... a noite inteira a mesma coisa.

Os médicos desconfiam de um tumor no estômago. Mas seja o que for, tem uma hora que a gente tem que ir embora mesmo.

Ele é uma peça rara. Outro dia o encontrei, ele estava deitado, agora quase sempre está deitado no sofá. A moça que toma conta dele fala:

- Seu Agenor, hoje é sábado e você tomou banho na quinta. Vamos tomar um banho?
- Hein??? Banho??? Não, eu só tomo uma vez no mês.
- Credo seu Agenor!
- Só tomo banho dia 1º.
- Mas hoje é dia primeiro.
- Hein?
- MAS HOJE É DIA PRIMEIROOO
- Ah é? Sei...
- Vamos tomar banho?
- Depois...

Sempre na teimosia...

- Hoje é aniversário de quem? - pergunta seu Agenor
- Hoje é Natal, vô. - respondo
- Natarrr?? - e olha pro relógio de pulso que já está parado há tempos...
- Nunca vi Natar em março. *desdém
_________

- Nós estamos em dois mir?
- D-O-I-S M-I-L E S-E-T-E! - respondem pausadamente pro velhinho ouvir
- hein? 2007?
- é, vô!
- Uai, eu sou de nove, tô com 97!!
- é isso aí
- Mas sabe que eu não me acho velho...
_________

- Hoje é aniversário de quem?
- é seu, vô!
- Meu? Nós estamos em dois mir??
- Não vô, 2009!
- Uai, tô fazendo 100 anos!
- Isso vô!!! Parabéns!!! Ae gente, vamos cantar parabéns pro Vô Genor que tá fazendo 100 anos!!!
- AEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!
__________

O bom do Alzheimer é isso... ele já fez 100 anos uma pancada de vez, se morrer antes, pelo menos comemorou! E vocês tem que ver como ele fica feliz quando a gente fala que ele chegou ao centenário!!!

Sunday, February 11, 2007

Dia de luz, festa do sol e falta de paciência!!!

Um ambiente inóspito! A mãe canta desafinadamente: "sentimental eu soooouuuu, eu sou demaaaaaisss"... o pai ouve alguma música instrumental e assovia junto com a melodia. Isso tudo ao mesmo tempo. Ela tenta colocar um fone de ouvido e escutar outra coisa. Mas anda muito sem paciência e preferiria estar bem longe. Nada de cachorro, bagunça, dividir o computador... nada de telefonemas quando não se quer atender... sem cobranças, sem palavras, ela não quer falar. E todos cobram dela paciência. Coloca o fone de ouvido e a música no último volume, porque a mãe começou a cantar: "eu viviaaaa, isolado no mundoooo, quando era um vagabundooo". E não tava a fim de ouvir isso, anda preferindo furar os tímpanos!

Thursday, February 08, 2007

Blá Blá Blá

Segunda estava sentada no bar, os amigos conversavam, tudo ia bem até que surgiu o assunto BBB... Boiei na mesa e as pessoas diziam que fulano era ingênuo e ciclano era esperto e malicioso, e falavam como se estivessem falando de seus vizinhos ou familiares. Nossa, eu achei que a Flávia (me lembro desse nome) fosse mais burrinha, mas ela se mostrou muito inteligente com aquela jogada... E assim foi, achei um amigo que também não entendia do assunto e fiquei falando de outras coisas.
Ontem uma amiga me chama pra almoçar. Estava ela, duas amigas e eu. Adivinha que assunto surgiu? Big Bosta novamente! Não é possível, boiei mais uma vez, disse que não assistia. Uma delas falou: nossa, não perco de forma alguma. Como se esse programa fosse algo muito útil na vida dela, que ela não conseguisse viver sem.
Aí eu me pergunto: que sociedade é essa? Agora entendo o tanto de gente que conheço suicidando, essa vida anda sem sentido demais pra eles.
Depois de tudo o papo pulou pro fim da novela! Aí foi dureza! Novela ou BBB??? A morte era melhor!

Tuesday, February 06, 2007

Amigos que lêem a nossa alma.

No dia que voltei de São Paulo tudo tinha mudado. Mas não para as pessoas que me encontravam. Todas perguntavam como fui de viagem, o que tinha feito, onde fui. Meu pai já me buscou na rodoviária falando mal de Minas Gerais. Ele é meio rabugento, mas tem razão. Então falou comigo: entende agora porque eu xingo essa merda de estado?

Sei que cheguei, fui tomar um banho e me arrumar pra sair. Tinha o aniversário de uma amiga numa boate. Estava cansada da viagem, mas acho que estava mais cansada ainda da vida que andava levando. Chegando lá, uma grande amiga minha, Carol, me perguntou como eu estava, viu que eu estava diferente. Era difícil olhar no olho dela, parecia que ela estava me vendo por dentro. Me perguntava o que eu tinha, o que tinha acontecido e eu respondia que estava cansada da viagem, mas não era verdade.

Ontem nos encontramos, eu, nos meus últimos momentos da minha vida passada, no meio dessa estranha transição e ela, que não parava de me olhar de forma diferente. Até que, estávamos conversando, eu contei a triste história da minha vizinha que morreu essa semana, na minha frente. Essa história fez com que eu visse que o que eu tenho que enfrentar são coisas da vida. Mas que eu não posso continuar como estou. Aí eu disse a ela que tinha outras coisas também e que eu estava em crise. Segue abaixo o resto do diálogo:

Carol: eu sei que você está em crise, percebi.
Eu: Mas hoje até que estou bem. O que você acha?
Carol: Acho que você está fazendo um tremendo esforço pra ficar bem.
Eu: Filha da puta! Como que você sabe disso?!

E demos algumas gargalhadas.

Thursday, February 01, 2007

E assim ela se foi, nem de mim se despediu

A idéia da morte ainda fresca na memória. O receio de escrever. Sofrimento? Não, talvez alívio. A grande amiga já sofria bastante. Precisava ir.
Ver partir dói. Mata um pouco a gente. Tinha que fazer uma homenagem a uma pessoa que sempre torceu por mim. Amiga, alegre, quase mãe. Me lembrarei dos segredos, das histórias, de todo o sofrimento. Me lembrarei de você com carinho. Quase sogra também.
Tantas coisas compartilhadas... Mas você adoeceu, eu cuidando muito da minha vida, nem percebi você partir. Você deu sinais, eu não quis ver. Mas é isso, não sentirei culpa, a vida é assim, às vezes nos afastamos das pessoas amigas, por um motivo ou outro. Mesmo que esse motivo seja falta de interesse, e mesmo que eu me exponha muito dizendo uma coisa dessas.
Quero apenas dizer que foi um prazer tê-la como amiga e vizinha.

Wednesday, January 31, 2007

Pecado é lhe deixar de molho

Composição: Tribalistas

Falados os segredos calam
E as ondas devoram léguas
Vou lhe botar num altar
Na certeza de não apressar o mundo
Não vou divulgar
Só do meu coração para o seu

Pecado é lhe deixar de molho
E isso lhe deixa louco
Não, eu não vou me zangar
Eu não vou lhe xingar
Lhe mandar embora
Eu vou me curvar
Ao tamanho desse amor
Só o amor sabe os seus

Não, eu não vou me vingar
Se você fez questão
De vagar o mundo
Não vou descuidar
Vou lembrar como é bom
E ao amor me render

Assim sem mais

Tenho escrito pouco no blog, nem é por falta de assunto, é mais porque minha vida está dando uma guinada e não sei pra onde estou indo. Não é uma guinada de 360º, viu? hahaha, no máximo de 180...

Mas acontece que eu resolvi viver, aí dançou tudo. Agora eu quero outra vida e não é fácil largar tudo e ir embora. Mas, me analisando melhor, vejo que eu sempre fui assim. Quando eu vejo que não há mais perspectivas, vou embora, com uma mão na frente e outra atrás. Será por que que sou assim? Eu poderia ser mais amena, ir fazendo as coisas aos poucos, mas, sinceramente, não consigo.

"Por que é que não consigo viver feito os demais
Entre álbuns de família, bens, trens, mobília e paz?
Por que é que eu preciso partir
Assim, sem mais?
Quem me dirá,
por que,
por que é que não consigo viver feito os demais?"

Sunday, January 28, 2007

Juro que tentei

Meu amigo me passou uma ajuda do blogger:

http://help.blogger.com/bin/answer.py?answer=41427&topic=8920

Mas mesmo assim eu não consegui... até tentei, mas não apareceu nada. Será a cor do cabelo? =(

Saturday, January 27, 2007

Minha via sacra pelas religiões afora até chegar ao ateísmo - parte 3 - Paqueras na porta da Igreja

Mais uma vez o cenário é Formiga. Agora com meus 13 anos. Foi as últimas férias que passei com minha avó, depois ela adoeceu e morreu, em menos de um ano.

Eu e Juliana, nessa época, éramos como unha e carne. Eu acordava e já ligava pra ela perguntando o que íamos fazer. Andávamos a cavalo, íamos ao clube, passeávamos pela cidade... Um dia ela me chamou pra ir na casa de uns amigos, a gente ia passar lá e depois andar de bicicleta. Quando cheguei lá me encantei pelo amigo dela, que devia ter minha idade mais ou menos. Eu me lembro que ele tinha um cabelo comprido e que tocava violão, mas não lembro seu nome.

Então passeamos o dia todo de bicicleta, fomos nuns sítios mais distantes da cidade. Quando cheguei em casa minha avó estava doida atrás de mim. Deve ter me passado um sermão, não me lembro. A única coisa que eu queria mesmo era saber quando eu encontraria novamente o tal garoto. No dia seguinte era domingo, passei o dia com a Ju, quando deu, mais ou menos, 5 horas da tarde, a mãe da Ju falou pra gente arrumar pra missa. Fiquei meio horrorizada... Missa??? Eu não assistia missa desde que meu avô tinha me levado àquela maldita missa do dia das crianças. Então eu disse à Gisela que eu não costumava ir à missa. E ela disse que era importante.
Foi quando a Ju me deu o toque:

- Missa é legal porque os meninos da cidade vão, a gente fica na porta e pode ficar paquerando...

Aí eu fiquei super feliz, queria escolher uma roupa legal e ir. Enfim ia ver o tal gatinho. Chegando lá, ficamos na porta, e chegaram umas amigas e amigos dela. Ela me apresentava e dizia, quando não estavam olhando, quem era quem: esse é filho do fulano, aquela é vagabunda, fica com todos, aquele ali é o mais gato da cidade, e seguia naquela fofoca. Enquanto isso nada do garoto aparecer. Eu ia embora no dia seguinte. A tal missa, que nem assisti, acabou. E fomos sair, porque todos da nossa idade iam numa sorveteria depois da missa. Sei que o garoto não apareceu, e mais uma vez perdi a esperança.

Quando voltei das férias minha mãe disse que minha avó estava com câncer, que era terminal. Ela morreu e durante o velório meu avô me disse:

- Rezei tanto pra que ela se recuperasse. Rezei todos os dias, várias vezes ao dia, e não adiantou nada...

Monday, January 22, 2007

Coisas simples que emocionam

Estou em São Paulo, não sei se vou embora amanhã ou na quinta. Mas ontem foi um dia bem família, foi bem gostoso, ver pessoas que há muito não se via, mas que se tem intimidade suficiente para fazer desse encontro algo muito bom.

No dia que cheguei aqui mandei um e-mail para meu pai dizendo que eu estava bem e que mandaria notícias. Ele respondeu pedindo apenas que, se desse, eu visitasse a Tia Dilva, irmã da minha avó. Minha avó faleceu em 1993, mas foi e é muito presente em minha vida.

Ontem, quando visitei minha tia Regina, perguntei a ela se poderíamos ir na tia Dilva, e ela adorou a idéia. A tia Dilva está com cerca de 80 anos, está surda, mas está lúcida. Chegando lá, minha tia disse a ela:

- Tia Dilva, essa é a Raquel, filha do S-T-É-L-I-O!!! - falou gritando pra ela ouvir melhor
- Ah, do Stênio? Tudo bem, querida?

Meu pai tem um irmão chamado Stênio. Imagina: Stélio e Stênio... Quase ninguém confunde... Colocaram, então, o aparelho de surdez na tia e falaram a ela que não era do Stênio, que era do Stélio. Na hora que ela me reconheceu, viu que era a Raquel, o olho dela brilhou e eu me emocionei.

Quando meus pais se casaram, não casaram na igreja, minha mãe não era a nora que minha avó esperava e casou grávida, na época era um absurdo. Mas uma pessoa, a Rachel, filha da tia Dilva, deu muito apoio ao casamento. Então, quando eu nasci, ganhei o nome de Raquel. E foi com "QU" a pedido da própria Rachel, que não gosta de se chamar Rachel com "CH".

Então, ao me reconhecer, os olhos dela brilharam, ela me abraçou e disse:

- Ah, você é a Raquel, a filha mais velha do Stélio e da Cristina!

Mas falou com tanto amor que minha garganta deu um nó.

A vida está aí, nas coisas mais simples, essas são as coisas mais belas.

Wednesday, January 17, 2007

Agenda

Como a gente é engraçado, não é? Temos uma agenda para nos programar, vivemos fazendo planos, mas na verdade, quase nunca sai como queríamos. Às vezes acontece de nos surpreendermos, mas na maioria das vezes desejamos mais do que temos e então nos frustramos. Ontem e hoje vou expor minhas bijouterias numa empresa. Não gosto muito de expor, acho chato, e acho que muitas vezes somos desvalorizados, mas acho necessário. Hoje a noite viajo e já tenho quase tudo agendado, lugares que vou frequentar, encontros e o showroom, motivo maior dessa viagem à São Paulo. Volto na terça e já tenho um aniversário. Quarta e quinta vou expor em outra empresa, sexta eu tenho uma colação de grau. E assim segue, a vida programada por uma agenda. Claro que não há como ter certeza se tudo acontecerá como o programado. Na maioria das vezes não. Mas a gente agenda e tenta programar o improgramável que é o futuro.

Thursday, January 11, 2007

Ontem assisti a um filme na TV a cabo, não me lembro o nome, mas fala da história de um tetraplégico que quer ter o direito de morrer. Ele tenta de todas as formas e não consegue autorização para suicidar, até que uma amiga o ajuda a morrer. Lembram dessa história? É uma história real. Mas o que eu achei interessante é que, quando já se está no fim do filme, essa amiga diz a ele que, se houvesse vida após a morte que ele desse ao menos um sinal, ela ficaria antenta. E ele, então, diz a ela que daria sim, mas que não acreditava nisso. Acreditava que era como antes de nascer, um nada absoluto.

Acredito nisso e não me angustio. Acho a vida muito mais angustiante que a morte. Mas temos a necessidade de dar um sentido à vida, talvez porque nossa massa cinzenta, limitada, não consiga entender nada do que chamamos de universo. Acho que teríamos coisas muito mais interessantes pra viver e pra nos preocupar se não tivéssemos essa vida engessada em ganhar dinheiro, em conseguir vitórias, em mostrar aos outros que somos bons, mas já estamos aqui, não temos muito o que mudar.

Quando Saddam foi enforcado, algumas pessoas gritaram: Vá para o inferno, Saddam! Como somos crianças, não? Acreditamos em céu e inferno, isso é medíocre.

Ontem, também, consolidei uma amizade e adorei conhecer você melhor, Caminhante. Acredito que ainda tenhamos muito pra nos conhecer e conversar. Ontem você me disse uma coisa que está martelando na minha cabeça. Disse que eu tenho 28 anos e não 21 e que não tenho tanto tempo, isso me deixa um pouco noiada, porque tempo não existe, o que existe realmente é o que somos agora, passado é passado, não há o que fazer. Já imaginou se todas as atitudes que gente tomasse fossem baseadas se ainda temos tempo ou não? Tempo não existe, cara amiga, é só algo criado por nossa mente para nos dar um referencial. Por isso digo, vamos atrás de viver o que queremos viver, para que a gente possa ter o melhor momento. Se for pra lutar, vamos lutar por algo que realmente acreditamos.

Tuesday, January 09, 2007

Link

Gostaria de colocar o link dos blogs que leio, mas não sei como fazer isso... =S
Alguém me perguntou se o filme Cassino Royale é bom... Eu respondi que eu achava que sim... mas que na verdade só vi perna e bunda, ai ai ai, e um sorrisinho charmoso... Esse comentário é só pra constar.

Falta uma semana pra eu me ver livre do meu atual emprego. Estou bem ansiosa quanto a essa mudança na minha vida. Curiosa pra saber no que vai dar. Mas louca pra essa semana voar. Semana que vem já tenho uma exposição numa empresa aqui em BH e vou pra Sampa na quinta ou na sexta.

Mas o apetite eu desisti, acho que não volta nunca mais.

Monday, January 08, 2007

Objetivando 2007

Essa pessoinha maluca sempre lembra de mim na hora de passar a bola dessas correntes de blog. Então, mais uma vez, lá vou eu fazer uma lista das 5 coisas que objetivo para 2007. Jurei pra mim mesma que não ia fazer mais isso, pois no ano passado, das 3 coisas que objetivei, cheguei a conquistar pela metade 2. Mas tudo bem, vamos lá:

1. Conquistar meu lugar ao sol na nova profissão que escolhi: trabalhar design de jóias e joalheria;

2. Terminar de emagrecer. Emagrecer era um dos objetivos de 2006 que eu conquistei pela metade;

3. Me mudar da casa dos meus pais (na verdade esse é um sonho, mas acredito que não será resolvido em 2007);

4. Fazer novos amigos;

5. Montar meu negócio.

Acho que é isso, não tem muito o que explicar... Vou passar a bola pro Rodrigone e pra Ni.

Sunday, January 07, 2007

Mentira tem perna curta (ou não)

Nunca pensei em contar essa história por aqui, mas ontem aconteceu uma coisa que me fez lembra-la e, como eu estava de passagem pela net e sem tempo, disse à minha amiga Eny que relataria com calma mais tarde. Como agora faço.

Pode ser que existam erros de português, porque tomei muito café, estou agitada e com muita preguiça de ler antes de postar. Depois eu corrijo.

Há alguns meses atrás encontrei, através do perfil de um amigo, o perfil de um ex-namorado meu no orkut. Preferi fingir que não vi porque ele é um mentiroso daqueles... Já faz muiiiito tempo que namorei com ele, e só fiquei com ele 1 ou 2 meses, e nem sei porque chamo isso de namoro, mas, enfim, algumas coisas eu já esqueci. Porém ontem, ao acessar o orkut, estava lá: Luiz Cláudio te adicionou como amigo... Na hora que fui adicioná-lo pensei: por que não tem a opção "inimigo" ou "falso amigo", algo assim? Deveria ter, não?

Em maio de 2.000 fui a um aniversário de uma vizinha, ela estava fazendo 15 anos, e a festa foi em São José da Varginha, uma cidadezinha próxima à Pará de Minas, que é uma cidade que fica há mais ou menos uns 80 km de Belo Horizonte. Notei que um cara me olhava muito durante a festa, era um cara bonito e um pouco disputado entre as meninas na época. Minha mãe percebeu e me disse: "cuidado com esse cara, ele não presta". Mas vocês já viram alguém seguir conselho de mãe? Já? Eu também já, mas dessa vez eu não segui. Só que naquela festa não aconteceu nada, fui embora pra casa e esqueci do assunto.

Quando foi em meados de julho, um certo dia, enquanto eu esperava ansiosamente um telefonema de um ficante, minha vizinha aparece em minha casa. Chegou toda empolgada, contando que tinha conversado com o primo. Eu nem lembrava do tal primo. Lembrei quando ela disse: meu primo terminou o namoro e me ligou, ele comentou que no meu aniversário olhou muito pra uma menina, e quando ele me descreveu, percebi que estava falando de você, então eu disse que você era minha vizinha e agora ele quer vir aqui te conhecer. Eu nunca gostei desse tipo de encontro manjado, prefiro que as coisas aconteçam naturalmente, mas eu estava mal por causa do cara que não ligou e pensei que poderia me distrair se conhecesse outra pessoa.

Resumindo a história, nos conhecemos e começamos a ficar ou a namorar, sei lá o que foi aquilo. Por mais que as pessoas me alertassem sobre o perigo que eu corria, não dei ouvidos. Sei que durante esse mês ele mentiu pra mim inúmeras vezes. O cara era doente, e eu fui me mancar só mais tarde. Tudo bem, tudo na vida tem algo que levamos de positivo, porém vejo mais coisas negativas que positivas nessa história. Bem, fui percebendo que o cara foi ficando estranho comigo. Ah, como citei acima, ele tinha uma ex-namorada de 4 anos e ela queria voltar. Um belo dia, tento ligar pro celular dele e nada, ele não atende. Tentei umas 3 vezes, até que liguei pra minha amiga, prima dele, e pedi que ela ligasse pra ver se ele atendia. Ele atendeu e disse que estava no shopping, conversando com a ex, e pediu pra minha amiga não me contar nada. Claro que ela me contou, mas pediu pra eu não falar.

Quando foi à noite o indivíduo chegou com uma barra de chocolate pra mim, detalhe que ele tinha aberto e comido a primeira fileira... Não me lembro direito do diálogo, mas foi algo assim:

- Te liguei à tarde, você não atendeu, o que houve?
- Você não vai acreditar... eu estava indo fazer uma prova, concurso da polícia federal, com um amigo... foi quando capotei o carro, mas não aconteceu nada... Eu até tomei soro, olhe meu braço...
- Tá escuro, não dá pra ver - nesse dia tinha acabado a luz aqui em casa.
- Então, fiquei a tarde toda no hospital, aí resolvi passar aqui pra te contar pessoalmente, você ficaria assustada se eu te ligasse...
- Você capotou seu carro?
- Não, o meu amigo que capotou...

Gente, fala sério!!!!!!