Thursday, August 14, 2008

As pessoas me perguntam como tenho feito para viver, onde estou indo, o que ando fazendo, quantas pessoas diferentes conheci durante esse tempo... São tantas perguntas, algumas sem respostas, mas não me incomodo com isso. Me incomodo com uma pontinha de falta de alguma coisa que não sei o que é. Que bate dentro do peito e, às vezes, fere. Não me incomodo com as pessoas, não tenho mágoas. Simplesmente gosto ou não gosto delas. Tenho esse direito.Tenho poucos desafetos, sou comunicativa, amiga de quase todo mundo. Sou abençoada por uma força estranha que nem sei dizer o que é. Sei que percebo desde nova que sou diferente.Tenho uma qualidade legal: só faço o que tenho vontade. Há um tempo tentava agradar a gregos e troianos, mas agora resolvi agradar a mim. Se eu estiver bem, vou me relacionar melhor com as pessoas.Gosto de conversar, gosto de comer bem, gosto de sair mas também gosto de ficar em casa, beber um pouco, ou muito, depende do dia, alugar filmes, assistir sozinha ou acompanhada de excelente companhia, gosto de cidade grande, mas às vezes gosto de calmaria. Praia não me agrada muito, até gosto, só não gosto da água salgada, da areia e do sol forte. Gosto de montanha, vim delas, sou delas. Nas montanhas estão minha alma, minha essência. Gosto do frio, mas não de corações frios. Gosto de interação, você comigo, eu com você. Não gosto de falar com quem não está me ouvindo, é chato, a pessoa no mundo da lua não vive. Acho que isso é um pouco de mim, não dá pra se definir e nem se resumir com palavras. Sou isso tudo, sou você.

Wednesday, August 13, 2008

Tropecei, senti o gosto de sangue na boca, até não acho tão ruim... Na hora do tombo tem que se entregar, porque senão o fizer, se resistir, a força da gravidade vai te puxar, será pior. Me entreguei, arrebentei os dentes: três. Se foram... Eu fiquei chorando, lágrima, sangue, dor. Foi profundo o trauma, anos se passaram, mas me lembro da cena. Quase não me lembro do sangue. Mas deveria me lembrar...
Lembro de um vagão abandonado, um dia cinzento e nublado, cheiro de mato... Lembro de casa na árvore, pista de buggy, cheiro de gasolina. Uma lagoa que ninguém entrava nela, daí já começo a misturar com outro momento. Jet Sky, lancha, uma adolescência privilegiada, dinheiro, boas comidas, boas bebidas e descontrole. Perdi o chão naquele tombo... Mudou minha vida.
Talvez tudo tenha vindo antes, bem antes daquele momento, quando ela entrou pela porta da sala e eu acreditei que seria minha amiga. Quando entrei em seu mundo maravilhoso e quis ficar. Quando me perdi entre bebidas, sexo e cigarro... Nunca fui de outras drogas. Acreditei cegamente que era esse o caminho. Fui mimada, usava meu poder de persuasão. Fui perversa. Tantas e tantas vezes, fui má, fui irônica, fui bêbada, fui perdida, fui vazia, "mas ali quem sabe eu fui feliz".

Monday, August 04, 2008

Sabia dos amores passageiros, sabia da dor causada, sabia de tudo e fugia... Mas a dor entrava de toda forma, fosse como fosse. Cansou, foi escrever sobre o assunto pra passar a dor, foi ouvir música brega, foi cantar. Mas aquela pontinha de dor do amor verdadeiro e fulgás batia ainda forte, ia e vinha, ia e vinha, como aquelas dores que latejam. Paixão e liberdade... que nome tolo, pensou. Não há liberdade onde há sentimento. Não há liberdade em lugar algum.