26 de novembro de 2006
Domingo comum. Meu namorado dormiu aqui em casa. Tive um sonho estranho. Sonhei que estava numa casa abandonada e que eu tinha que purificar as energias do ambiente. As energias eram tão negativas que vinham em forma de ventania. Eu coordenava uma equipe que foi designada para tal façanha, não sei quantas pessoas eram, 5, 6, 7, não sei, não olhei pra trás. Deixei uma oferenda aos espíritos, numa caixinha com tampa de vidro. Quando conseguimos dissipar a tal energia fui ver como estavam as oferendas. A minha caixinha estava toda rabiscada, com palavras hostís dirigidas a mim. Fui jogar um pouco de água em cima da caixa, mas caiu demais e apagou o que 'eles' haviam escrito. Nada aconteceu. Mas percebi que não gostaram, não me queriam ali.
Acordei, sem entender direito o sonho. Ainda lembrando de um sonho anterior em que eu estava num rodízio de comida. Enchi meu prato de coisas boas, mas deixei para minhas amigas comerem, não comi.
Como sempre, acordo mais cedo que meu namorado e que minha mãe. Nunca mais cedo que meu pai. Fui tomar café. Meu pai fez pão de queijo. Todos acordaram. Antes do almoço entrei na net, nada anormal. Depois do almoço dei um tempo. Quando começou o jogo do Cruzeiro e São Paulo, pressentindo a óbvia derrota, fui usar a internet.
MSN. Converso com meu amigo, Walter. Ele é médico. Comentei sobre a repulsa que tenho, que não conseguiria ser médica, mas que é uma profissão louvável. Falamos da morte. Falamos da forma como encarar a morte. Falamos em suicídio. Contei a ele sobre Luíza. Tudo normal até agora, né?
De repente aconteceu algo sinistro. O Walter, que quase não cria comunidades em vão, pensou em criar uma. Ao verificar se já existia uma igual, descobriu que sim, e as duas comunidades relacionadas a esta, eram comunidades minhas! No momento em que pensávamos no assunto, uma outra pessoa, que não conhecemos, foi lá e criou. No mesmo dia, na mesma hora! Aí bati o olho na data de criação da comunidade: 26 de novembro! Aniversário da Luíza...
Saí da net, saí de casa, fui ao cinema.
Fim do dia
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26 de novembro de 2005
Acordo tensa. Nervosa. Ligo para minha irmã ou ela me liga, não lembro:
- Bom dia, e aí? Tudo ok?
- Tudo!
- Te pego às 16h.
- Beleza!
Casamento de Marina e Juninho, Gabriela e Silvano. Duas irmãs que resolvem se casar no mesmo dia, na mesma cerimônia, primas de nada mais, nada menos que, Luíza.
Minha irmã no piano, Júlio César no baixo e eu no vocal.
Fiquei nervosa, mas passou.
Quando desci da varanda em que estava encontrei meu pai:
- Estava lindo, eu gostei muito.
- Obrigada!
Minha mãe:
- Nossa! Fiquei nervosa demais! Mas foi bom!
Recebi muitos elogios, algumas pessoas nem sabiam que era eu que estava cantando.
- Nossa, era você? Que lindo, que emoção, muito lindo mesmo!
E eu pensando em um monte de defeitos, nervosismos e coisas que não gostei na apresentação.
Encontro Luíza:
- Ei Quel! Quanto tempo! Sabia que hoje é meu aniversário?
- Parabéns! Tudo bem bom pra você!
- O seu é 26 de agosto, né? Não esqueço, 3 meses antes do meu
Fiquei estarrecida, nunca lembraria o dela, e ela continuou falando:
- Que chique, menina, agora está cantando?
- Na verdade não canto profissionalmente, mas a Nina e a Gabi pediram, eu cantei.
Curti a festa em companhia dela e de seus primos, pessoas que conheço desde minha infância. Ela bebia uísque e fumava muito, parecia muito feliz, mas dava pra perceber que algo estava errado, pelo excesso de drogas. Ela me disse que lembrava de mim com muito carinho, que gostava demais de mim. Contou detalhes da nossa infância, coisas que nem lembrava.
No fim da festa, que acabou cedo, ela me chamou pra casa dela, ia todo mundo. Eu não fui, sabia que rolava muita droga. Não me agrada. Prefiro não ver.
E foi assim, nosso último encontro, a última vez que via Luíza.
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Isso eu escrevi quando cheguei em casa do cinema. Fui dormir, ainda com medo. Medo de ter que ajudar Luíza, será que existe essa relação entre mortos e vivos? Será que existe continuação? Sei que quando fui dormir, demorei muito tempo. De repente acordo com alguém entrando no meu quarto, achei que fosse minha mãe, era alguém querido, cobri meus pés, ainda tentando voltar a dormir. E essa pessoa me jogou umas gotinhas d'água, como o padre faz quando abençoa, veio até minha testa e fez um círculo de água bem no meio. Abri o olho. Ninguém no quarto além de mim.
Sentia paz. E tive o sentimento de que se você for uma pessoa boa não precisa temer nada. Minha consciência estava tranquila. Fechei os olhos e entrei numa dimensão de pura energia positiva, tudo branco, bem branco mesmo. E umas formas geométricas. Não sei onde estive, mas parecia uma iniciação.
Acordei de novo. Fiquei uma hora acordada de madrugada, luz acesa, só faltava colocar um palitinho nos olhos pra não dormir. Muito sono, mas muito medo de dormir. Foi estranho, bizarro e eu com meu ceticismo questionando se foi sonho ou foi real.
5 comments:
eu já li até o fim do dia e estou particularmente impressionado... depois prossigo e comento de novo. =*
Intrigante seu blog... Daonde você conhece o ser aí de cima? E quem é Luíza?
Medo :o
Muito medo.
Lindo. Apenas isso.
É bom saber que tem gente "lá fora" que olha e ora pela gente.
=)
Parte é verdade, parte é autosugestão. Ou vice-versa. :)
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