Thursday, January 11, 2007

Ontem assisti a um filme na TV a cabo, não me lembro o nome, mas fala da história de um tetraplégico que quer ter o direito de morrer. Ele tenta de todas as formas e não consegue autorização para suicidar, até que uma amiga o ajuda a morrer. Lembram dessa história? É uma história real. Mas o que eu achei interessante é que, quando já se está no fim do filme, essa amiga diz a ele que, se houvesse vida após a morte que ele desse ao menos um sinal, ela ficaria antenta. E ele, então, diz a ela que daria sim, mas que não acreditava nisso. Acreditava que era como antes de nascer, um nada absoluto.

Acredito nisso e não me angustio. Acho a vida muito mais angustiante que a morte. Mas temos a necessidade de dar um sentido à vida, talvez porque nossa massa cinzenta, limitada, não consiga entender nada do que chamamos de universo. Acho que teríamos coisas muito mais interessantes pra viver e pra nos preocupar se não tivéssemos essa vida engessada em ganhar dinheiro, em conseguir vitórias, em mostrar aos outros que somos bons, mas já estamos aqui, não temos muito o que mudar.

Quando Saddam foi enforcado, algumas pessoas gritaram: Vá para o inferno, Saddam! Como somos crianças, não? Acreditamos em céu e inferno, isso é medíocre.

Ontem, também, consolidei uma amizade e adorei conhecer você melhor, Caminhante. Acredito que ainda tenhamos muito pra nos conhecer e conversar. Ontem você me disse uma coisa que está martelando na minha cabeça. Disse que eu tenho 28 anos e não 21 e que não tenho tanto tempo, isso me deixa um pouco noiada, porque tempo não existe, o que existe realmente é o que somos agora, passado é passado, não há o que fazer. Já imaginou se todas as atitudes que gente tomasse fossem baseadas se ainda temos tempo ou não? Tempo não existe, cara amiga, é só algo criado por nossa mente para nos dar um referencial. Por isso digo, vamos atrás de viver o que queremos viver, para que a gente possa ter o melhor momento. Se for pra lutar, vamos lutar por algo que realmente acreditamos.

3 comments:

Anonymous said...

Bem, sem saber o que é template fica impossível começar!:S

O prazer tbm foi meu. Antes que vc pergunte, o Luiz está bem. Fomos pro médico, ele raspou mais um pouco, colocou mais tampão no olho, e o Luiz (teimoso) já tirou.

Essa questão do tempo é realmente perturbadora. É apenas um referencial, ou algumas coisas são realmente limites? Eu gosto de pensar que não, faço algumas coisas pensando que não, mas no fundo da minha mente eu digo que sim.

Acho que isso rende mais uma boa meia hora de msn...

Caminhante

Don Rodrigone said...

puxa, Quel... discutimos um pouco sobre tema semelhante hoje, né? o assunto é profundo... não sei o que dizer, só sei que é assim.

Anonymous said...

Acredito que não devemos ser escravos do tempo, mas há certas coisas que é melhor se fazer quando se é jovem. O jovem tem todo o tempo do mundo para errar, quebrar a cara e começar tudo de novo, se preciso. Os mais velhos, geralmente, têm mais maturidade para fazer suas escolhas e, talvez mais medo também.

O problema é que não há receita de bolo para viver...