Thursday, December 11, 2008

De volta à Beagá!

Vai e vem de histórias, as mesmas cenas, os mesmos lugares, o mesmo barulho, o mesmo cheiro, a vida é absolutamente igual e ao mesmo tempo imprevisível. Desculpem por tudo que eu disse antes, não estava em sã consciência. Amanhã pedirei desculpa por esse texto?
Vivi o sonho e a realidade. A realidade é sempre mais importante para nos aprimorarmos. Vi muita coisa, conheci outra realidade, vivi outra vida, tudo isso para perceber, para enxergar, que no fundo, no fundo, nada muda... não mudei nada! Continuo a mesma menina do meu pai, a mesma menina cética, tentando ver mágica na vida. A vida já é a mágica... mas finjo não ligar. Amigos? Alguns me entendem, sabe que falo mais que hajo, ou que hajo mais que falo, dependendo da circunstância. Gosto dos que não ligam pros meus defeitos. São poucos, mas são eles que eu prezo.

Thursday, November 20, 2008

o vício

o controle

o vício

o controle

o vício

o controle

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O surto

Thursday, August 14, 2008

As pessoas me perguntam como tenho feito para viver, onde estou indo, o que ando fazendo, quantas pessoas diferentes conheci durante esse tempo... São tantas perguntas, algumas sem respostas, mas não me incomodo com isso. Me incomodo com uma pontinha de falta de alguma coisa que não sei o que é. Que bate dentro do peito e, às vezes, fere. Não me incomodo com as pessoas, não tenho mágoas. Simplesmente gosto ou não gosto delas. Tenho esse direito.Tenho poucos desafetos, sou comunicativa, amiga de quase todo mundo. Sou abençoada por uma força estranha que nem sei dizer o que é. Sei que percebo desde nova que sou diferente.Tenho uma qualidade legal: só faço o que tenho vontade. Há um tempo tentava agradar a gregos e troianos, mas agora resolvi agradar a mim. Se eu estiver bem, vou me relacionar melhor com as pessoas.Gosto de conversar, gosto de comer bem, gosto de sair mas também gosto de ficar em casa, beber um pouco, ou muito, depende do dia, alugar filmes, assistir sozinha ou acompanhada de excelente companhia, gosto de cidade grande, mas às vezes gosto de calmaria. Praia não me agrada muito, até gosto, só não gosto da água salgada, da areia e do sol forte. Gosto de montanha, vim delas, sou delas. Nas montanhas estão minha alma, minha essência. Gosto do frio, mas não de corações frios. Gosto de interação, você comigo, eu com você. Não gosto de falar com quem não está me ouvindo, é chato, a pessoa no mundo da lua não vive. Acho que isso é um pouco de mim, não dá pra se definir e nem se resumir com palavras. Sou isso tudo, sou você.

Wednesday, August 13, 2008

Tropecei, senti o gosto de sangue na boca, até não acho tão ruim... Na hora do tombo tem que se entregar, porque senão o fizer, se resistir, a força da gravidade vai te puxar, será pior. Me entreguei, arrebentei os dentes: três. Se foram... Eu fiquei chorando, lágrima, sangue, dor. Foi profundo o trauma, anos se passaram, mas me lembro da cena. Quase não me lembro do sangue. Mas deveria me lembrar...
Lembro de um vagão abandonado, um dia cinzento e nublado, cheiro de mato... Lembro de casa na árvore, pista de buggy, cheiro de gasolina. Uma lagoa que ninguém entrava nela, daí já começo a misturar com outro momento. Jet Sky, lancha, uma adolescência privilegiada, dinheiro, boas comidas, boas bebidas e descontrole. Perdi o chão naquele tombo... Mudou minha vida.
Talvez tudo tenha vindo antes, bem antes daquele momento, quando ela entrou pela porta da sala e eu acreditei que seria minha amiga. Quando entrei em seu mundo maravilhoso e quis ficar. Quando me perdi entre bebidas, sexo e cigarro... Nunca fui de outras drogas. Acreditei cegamente que era esse o caminho. Fui mimada, usava meu poder de persuasão. Fui perversa. Tantas e tantas vezes, fui má, fui irônica, fui bêbada, fui perdida, fui vazia, "mas ali quem sabe eu fui feliz".

Monday, August 04, 2008

Sabia dos amores passageiros, sabia da dor causada, sabia de tudo e fugia... Mas a dor entrava de toda forma, fosse como fosse. Cansou, foi escrever sobre o assunto pra passar a dor, foi ouvir música brega, foi cantar. Mas aquela pontinha de dor do amor verdadeiro e fulgás batia ainda forte, ia e vinha, ia e vinha, como aquelas dores que latejam. Paixão e liberdade... que nome tolo, pensou. Não há liberdade onde há sentimento. Não há liberdade em lugar algum.

Friday, July 11, 2008

Orgulhosa e Convencida

Não, não se iluda, ele não te ama. Mas não se desespere, ele também não ama a mim. Na verdade ele se perdeu na loucura de ter, de ser dono. Não somos donos nem de nós mesmos. Agora ele foge, mas ontem me cobrava dinheiro. Corre, moça, antes que seja um pouco tarde, as pessoas nos iludem, às vezes por anos. Amor, companheirismo, amizade? Nada disso ficou, e nesse desespero de ter alguém, nesse desespero de me esquecer, ele vai te iludindo, te deixando acreditar que é verdadeiro. Você tem até o mesmo nome que eu, percebeu isso? Mas óbvio que devemos ser muito diferentes, isso não importa. Mas eu sou bem mais bonita! hahahaha

Sunday, May 25, 2008

E se o amor for tão grande que explodir? Acabar tudo? Seria esse seu objetivo?
E se for tão grande o amor que o faz deixar de existir? É isso mesmo que é amar?
E se o amor for tão supremo que ninguém nunca saberá amar? Como vamos saber quando isso acontecer?
Se acontecer, como será? Como será o amor? Será que amo? Será que amei? Que amarei?
Se explodir fica fácil ver, dá pra sentir o calor...
Mas e se for silencioso? E seu eu nunca amar?
E se ninguém amar?
O que isso significa?

Thursday, March 27, 2008

Fogo

Num castelo ela vive, ela quer viver... Pobre dama... Morta dentro da aparência. Está sim no castelo, mas não percebe que está na masmorra. Os cuidados com os outros e consigo são excessivos: não faça isso, não fale aquilo, pense antes, pense, pense, pense, não haja, postura! Enquanto isso o tempo passa... A língua cala... A língua também não serve só pra falar, ela lambe... Mas a dela, especificamente, não. Reservou a língua pra ferir, a si e aos outros, quando profere suas poucas e calculadas palavras. Eu a rasgo com meus dentes e a lambo com minha língua. A dor e o prazer. Sexo sem amor, sem consentimento. Crime. Eu cometi todos, vivi todos. Eu sou o vício. Ela tem medo do sexo, eu o quero a cada instante. Meu corpo pulsa por ele, pede alguém que me queira, que me agarre, que me coma, sem pedir licença. E eu o lamba com minha língua. Ardente, profundo, intenso, sexo bom... Queria alguém hoje, mas só por hoje...

Wednesday, February 27, 2008

"De repente do riso fez-se o pranto"

Mas aquele pranto falso, dissimulado. Aquele pranto que não comove. Teatral... Mulheres sabem ser teatrais, fazer cena, fazer média. Bobo dos caras que caem nessa. A mim nem pena causa. Simplesmente não acredito. Lágrimas de crocodilo, só inundam o umbigo, como diria na canção. E aquele momento do qual eu queria correr outrora é o que mais anseio agora. Falar o que está agarrado, engasgado, falar pra não ser ouvida, mas falar. Fernando Pessoa diz: "de que vale uma sensação se há uma razão exterior para ela?". Sim, de que vale? As sensações sinceras, verdadeiras e valiosas vem do interior, não de fora. Mas devem ser sentidas em toda sua integridade. Ser mastigadas, deglutidas, digeridas e enfim excretadas. De que vale essa sensação criada por terceiros? Por isso resolvi falar, por não valer nada. Agradeço aos poetas, cujos pensamentos ultrapassam anos, décadas, centênios e vêm chegar aos nossos ouvidos e pensamentos.

Friday, February 22, 2008

Algo ensurdecedor gritou no meu ouvido hoje. Algo que eu não queria ouvir, mas como não ouvir? Aquele eco, aquela repetição. All the time.. Parece aquilo que você já viveu. Déjà vu? Não, dessa vez a vista é de outro ângulo. Do ângulo da vítima. Quer dizer, vítima não, odeio quem se faz de vítima. Vista dos olhos do sábio. Daquele que conhece a situação por que já errou assim. Já fez o mesmo. Porém cresceu. Não quer as coisas a seu modo. Não mais. Agora deixa vir. Naturalmente, se defende. Se soubéssemos o quanto é ruim tudo isso. O quanto somos tolos e jogamos contra nós mesmos quando queremos controlar o outro. Ah, se soubéssemos! Entretanto já fiz o mesmo. Sofri e aprendi com o erro. Mas sempre tem que haver alguém para lhe relembrar seus pecados. Talvez seja uma forma de Deus dizer: 'respeite o tempo do próximo. Se vê nele um espelho, compreenda que já passou por isso e não se abale com atos que você já sabe de cór, não vai dar em nada'.

Wednesday, February 20, 2008

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você. Sua imitação de all star preto combina com minha bota de cano alto

Sentiu aquele amor unilateral que só ela sabia sentir, só as mulheres sabem que existe amor em algumas relações que os homens não percebem. Essa era uma dessas relações. Não era desses relacionamentos duradouros, que se promete fidelidade, mundos e fundos, filhos e outras coisas que vivem a iludi-las. Era um amor sincero, gostoso de sentir, mas ele nunca sabe como senti-lo. Acho que o universo masculino é mais simples, mas não deveria ser tão seco. Ela tenta encher de flores o coração dele, ele nem vê. Pra ela importa apenas estar ali, sem muitos sonhos, sem tantas e tantas fantasias. Para quê tantas fantasias? A fantasia mascara o ser, torna-nos diferentes do que somos, mas só por fora. Por dentro é isso aí, sangue nas veias, urina, fezes, pensamentos de todos os tipos. Desejar é interessante. Fantasiar? Nem tanto. Pra quê a fantasia se o real já é algo mágico, pra quê?

Monday, February 11, 2008

Pedido de casamento pelo msn

Gabriel diz:
e sampa ta frio?

Raquel diz:
não, tá um calorão, desde ontem

Raquel diz:
ontem eu fui almoçar em Santos com meus tios, tava fazendo 38 graus

Gabriel diz:
deus me livre

Raquel diz:
Mas aqui é louco, uma hora tá um calor dos infernos e outra está frio

Raquel diz:
e aí em BH, como tá?

Gabriel diz:
quente igual a filial do inferno

Raquel diz:
hahahahahaha

Raquel diz:
Vamos fugir pra Curitiba? a gente pode ir morar por lá...

Gabriel diz:
humm...

Gabriel diz:
fala mais

Raquel diz:
Lá o centro da cidade é limpo

Raquel diz:
a gente pode fumar e tomar café, um chopp no fim da tarde

Gabriel diz:
hum

Raquel diz:
preços como os de Belo Horizonte.

Raquel diz:
para mim, há lojas de roupas bonitas, como as de São Paulo.

Raquel diz:
pra você há bancas e mais bancas de jornais e uma praça com bancos... muito verde e muito frio.

Raquel diz:
Tem o Museu do Olho, do Nyemeyer, a gente pode ir lá de vez em quando para apreciar a obra

Gabriel diz:
tá ficando tentador....

Raquel diz:
a Ópera de Arame não é tão maravilhosa, mas podemos tomar um café lá, que é gostoso, eu já tomei.

Raquel diz:
e falarmos sobre política, filosofia e amores perdidos

Raquel diz:
sobre filmes europeus e latino-americanos

Raquel diz:
a gente pode combinar de ler o mesmo livro ao mesmo tempo, pra comentar partes juntos

Raquel diz:
só não sei como a gente vai ganhar dinheiro

Raquel diz:
mas a gente dá um jeito

Gabriel diz:
raquel... vc tá me pedindo em casamento?

Raquel diz:
Sim!

Raquel diz:
só q me disseram que se casamento fosse bom, não precisaria de testemunhas...

Gabriel diz:
mas eu tenho que te responder ate quando?

Raquel diz:
vc tem que encaminhar o currículo para o e-mail raquel@pracasar.com.br até as 18h de hoje!

Gabriel diz:
com uma foto?

Gabriel diz:
de frente e de perfil?

Raquel diz:
isso

Raquel diz:
e uma de cueca tbm

Raquel diz:
hahahahahahhha

Gabriel diz:
não precisa ser sem roupa?

Raquel diz:
não, sem roupa só depois do casamento

Raquel diz:Você já foi a Curitiba?

Gabriel diz:
não...

Raquel diz:
nossa, Biel, vc ia amar

Gabriel diz:
é.... mas pra mim é dificil sair de BH.;...

Gabriel diz:
na verdade.... o dificil pra mim é sair de Minas....

Gabriel diz:
sabe que as vezes penso sobre isso.;...

Gabriel diz:
o lugar da onde eu mais sentiria falta nao é BH nem o Brasil.... é Minas

Raquel diz:
quer q eu te mande umas fotos q tirei lá?

Raquel diz:
Sei, mas minas vc vai 1 x por mês e mata a saudade

Raquel diz:
agora, o problema é que, como o clima, as pessoas em Ctba tbm são frias.

Raquel diz:
Tinha q ser pra gente casar e ir morar lá mesmo

Gabriel diz:
mas o clima frio é tudo de bom

Raquel diz:
senão a gente ia se sentir mto sozinho

Raquel diz:
hahahaha

Gabriel diz:
uai raquel.... acho que vou pensar bastante....

Raquel diz:
poxa, bastante??? Achei q ia dizer sim de cara, hahahaha

Gabriel diz:
nao... a questao nao é casar com vc.... mas morar fora de Minas

Raquel diz:
Ah bom! hahaha! Poxa, eu mó apaixonada

Monday, January 28, 2008

Sentados os dois ali, lado a lado, vendo a vista da cidade, "nem amigos, nem amantes", naquela dura insistência de ficar juntos. Diferentes demais, eles sabem, mas o desejo é maior que a razão. Vendo a cidade de cima ela fica menor, quase impossível, mas fica. Ele deitado ao colo dela, ela acaricia seu cabelo. Faz sol, mas um sol frio, o dia está bonito, céu azul. Aquele céu difícil de se ver numa cidade tão grande e poluída. Ele deitado, só quer esquecer, ele quer alguém pra esquecer... ela quer alguém pra lembrar. Por isso a desavença, por isso a diferença. Ele está fugindo, ela procurando. Ele quer o velho, o passado, o mofo das coisas vividas. Ela quer as coisas limpas, novas, fluindo. Ele só sabe ver o passado, ela olha o futuro e sorri. Às vezes tem um pouco de medo, mas prefere seguir adiante a voltar para uma vida que não lhe agrada mais.

Monday, January 21, 2008

Só mais uma hoje

A cena é em preto e branco. Anos 20. Ela com de chapéu, um belo vestido, maquiagem, batom vermelho, talvez segurasse uma cigarrilha, não me lembro. Ele lhe faz uma proposta indecorosa, ela pergunta indignada:

- Que tipo de mulher você acha que sou?

Ele:

- Do tipo que bebe muito champagne.

Papo anti-social

Bom, agora é hora da pergunta: "e aí, o que vai fazer no carnaval?"... Estressante e cansativa essa pergunta. Primeiramente porque detesto as comemorações carnavalescas e segundo porque esse ano o carnaval caiu na primeira semana de fevereiro, data esta que estou financeiramente apertada e já cansada dos gastos do fim e início do ano. Agora vem a questão, as pessoas gostam de mim, sou uma pessoa carismática, mas acontece que não entendem que uma pessoa assim pode não gostar de axé e outros barulhos que tocam nos malditos carnavais de rua. Sei, nesse ponto sou anti-social, as pessoas me dizem: vamos dançar, vamos comemorar! E eu penso comigo: comemorar o quê? Não gosto de multidões, não acredito nessa alegria que as pessoas dizem sentir. Acho que é algo tão superficial, me incomoda a bebedeira, a falta do que falar, o som alto. Não que eu não tenha meus momentos de futilidade, ou de curtição, mas um feriado inteiro nessa história de pegação, música ruim, pessoas suadas e muito juntas, tenho pânico. Enquanto eu pensava nesse texto e na minha indignação com a alienação do brasileiro, que tem um dos maiores índices de corrupção do mundo, pagam mais impostos e não têm o retorno que deveriam ter, entre outros como a violência, acidente nas estradas (que é consequência da corrupção e mal emprego dos impostos), etc., enquanto estava voltando do maldito banco do Brasil, com minhas preocupações cotidianas, me passa um rapaz... hoje, segunda-feira... com uma garrafa de vinho numa das mãos e um cigarro na outra. Olho e penso que estou me preocupando a toa, que eu deveria mesmo era hibernar no carnaval... Alugar uns 30 filmes e não atender nem ao celular, ou talvez atender apenas os que não me chamarem pra ouvir axé... Maldita TPC, tensao pré carnaval!
Até agora não consegui uma companhia sequer para passar o carnaval num sítio ou num lugar isolado... Será que só eu não gosto disso? Será que só eu não vejo graça nenhuma? Só queria um lugar que eu pudesse tomar um sol, caminhar, ler um livro, refletir, mas não queria ir tão sozinha. :-(

Friday, January 18, 2008

Não queria, mas é assim que acontece...

Viver amores ardentes... Já não lhe apetece. Sabe curtir sua solidão, a mais doce e delicada solidão... A solidão que existe em ler um bom livro, ou assistir um bom filme. Não que não lhe agrade a presença de alguém, mas ela quer mais. Quer um amor que divida com ela de verdade as coisas que ela gosta de fazer, quer conhecer também o que ele gosta, mas sente que os gostos devem ser o mais parecidos possíveis. Um sábado à noite em casa com um bom jantar, um almoço de domingo, uma boa conversa, uma caminhada no parque, um vinho tinto... Há tempos que não curte uma noitada, em bem da verdade, nunca curtiu, e agora, com quase trinta anos, não acredita que vai achar um amor ali. Não quer a companhia de alguém que a ame tanto que a sufoque. Acredita na individualidade, saberia dividir uma vida, está pronta para viver até um casamento, mas com liberdade, com confiança. Ainda tem fé de achar essa pessoa, já não sente prazer em ter alguém só pra não ficar só. Curte a mais deliciosa solidão, a solidão que há no existir. Mas o tempo vai passando e ela pensa que não vai achar nunca essa pessoa. Vê que existe um certo desespero, as pessoas gostam de relacionamentos superficiais. Ela não quer, prefere sua solidão. Mas quando percebe, está viajando, imaginando a vida que ainda não vive, e não acha isso bom. Ela está bem, mas quer realmente esse alguém e sente que, a cada dia, fica mais difícil de achar.

Wednesday, January 16, 2008

Mais uma pessoa me diz hoje: "nossa, como você é alta, hein?". Será que eu e meus 1,75m estamos fadados a ouvir essa pergunta até o fim de nossa curta existência? E ainda me diz: "pra arrumar namorado tem que ser no mínimo um palmo mais alto, deve ser difícil"... Lembrei de uma história em que minha tia sempre encontrava uma senhora pequinininha no elevador. Ela dizia: "Nossa! Como você é grande, me sinto até mal perto de você". E isso era todo dia, toda hora que encontrava essa senhora. Até que um dia, minha tia, já emputecida, diz à senhorinha: "Escuta, nunca lhe passou pela cabeça que eu posso me sentir mal em você ser tão pequena, não?". E foi dada como grossa...

Thursday, January 10, 2008

O calor que fazia naquele verão era de derreter, de não lhe dar possibilidades de pensar em outra coisa. A fraqueza e o maldito cigarro, ele não largava o vício. A fraqueza da carne, em todas as dimensões, ela o fazia perder todo o moral. Moralista? Não era. Apenas fingia amar. Mas na verdade corria do amor pelo caminho avesso. Fugir do amor, amando. Não era a melhor maneira, mas era a maneira mais fácil de escapar. Fidelidade? Claro que não... Mas acreditava na fidelidade da esposa. Todos acreditam. Os infiéis são incapazes de se imaginar sendo traídos, dói. Sendo trocados por outro. Não queria imaginar que ela o traía nem em pensamento. E o que é a traição? O que é o amor? É palpável? Eu torcia para que ela o traísse e que ele nunca soubesse. Que gemesse na cama com outro... Torcia e ainda torço. Ela sendo lambida, inteira, por outro. Ele sem saber. Ela imaginando o outro na cama com eles, sem nunca dizer nada. Ele fazendo filhos, tendo amantes, mas mantendo esse desamor a todo custo. Quase sufocado por ele, quase não vivendo outro amor que não o desamor por ela. Apaixonadamente desapaixonado, rasgando a outra com sua língua felina, apertando a outra com suas mãos intensas, mas sem amor, o amor não lhe serve.

Naquele dia ele se encantou por mim, mas era tudo carnal. Não tinha paixões ou amores por outra mulher, só desamava de verdade sua esposa, só ela merecia seu desamor. Só confiava nela, só com ela podia contar. Tentou me seduzir, estava cansado de todas aquelas que encontrava às vezes. Sempre tão previsíveis, tão carentes. Intrigava a independência do seu atual objeto de desejo. "Não, ela não pode ser tão livre." Só que eu sei que se acontece perde a graça, gosto de alimentar o desejo, o mais torpe desejo, alimentar, alimentar, nunca ceder... Não é a toa que a mulher é mãe, tem prazer em alimentar. E não é a toa que o desejo some quando se está saciado. A mulher prende pelo alimento, o homem lhe escapa pelo desejo.

Wednesday, January 09, 2008

Massagem!

Sim, preciso de uma boa massagem, de mãos fortes e masculinas, alguém se habilita?

Tuesday, January 08, 2008

Nunca consegui entender muito bem esses relacionamentos que um praticamente vira o outro. A namorada lê a mensagem no celular do namorado, olha quem ligou e quem deixou de ligar pra ele. Nem consego agir assim. Com esse ciúme possessivo, essa loucura de achar que é dono do outro. Mas às vezes penso que deve ser mais legal, deve ser pelo menos engraçado, uma pessoa te dizendo pra onde vai e o que vai desejar. Talvez seja isso que faça a gente imaginar que não estamos sós no mundo. Que temos certa segurança nessa vida.

Friday, January 04, 2008

Ei, lembra daquela fulana, meu deus, como era mesmo o nome dela? Ai, aquela que falava assim... Como era mesmo? Ai, meu deus, deu branco! Ela namorava aquele cara, aquele carinha lá... um alto... não sei, não lembro direito como eles se conheceram. Então, ela mesma, em carne e osso, que falou que sua bunda era caída, lá no dia da festa de fim de ano... Sei lá, mas as pessoas falam demais da vida dos outros, ela não tem o direito, né? Quem é ela pra falar! Quem é ela?