Tuesday, July 07, 2009

Faxina na Biblioteca

Meus pais são duas figuras... Apegados demais com certas coisas e desapegados demais com coisas que geralmente consideramos importantes. Desde pequena vivi numa casa com muitos livros, desde pequena li vários autores, vários livros históricos, vários livros técnicos e, confesso, alguns livros esotéricos.
Antes do meu suspeito ateísmo eu era, de certa forma, um tanto mística. Fato é que ainda sou, ainda acredito que eu tenho uma visão além do alcance (olho de Tandera). Mas eu não tento mais explicar isso, eu parei de ler esses livros que, em geral, são livros de auto-ajuda.
Uma das coisas que meus pais se apegam são livros, em alguns casos eu concordo, outros não. E hoje eu sou adepta do e-book, acho prático, podemos riscar, podemos utilizar mais facilmente citações em nossos trabalhos, e, a melhor coisa do e-book: não acumulam poeira e não ocupam espaço.
Para uma pessoa alérgica como eu, ter uma mini biblioteca no quarto é suicídio, mas eu tenho. Culpa de não ter espaço suficiente em outros locais da casa, culpa minha também, por ter desenvolvido essa alergia só depois de mais velha.
Bom, sei que fui fazer uma faxina na estante, tirei todos os livros, separei por temas: os de administração (livros que li ou tentei ler durante o período de faculdade), os de psicologia ou "psicologia" (porque alguns, como os do Jung, não são aceitos pelo CRP), as enciclopédias (pra mim é um grande elefante branco, não servem para muita coisa, morro de alergia, prefiro pesquisar no google, mas não posso doar, pois meus pais são apegados e tal), e, enfim, os romances, bibliografias, peças de dramaturgia, ou seja, a fatia gostosa do bolo.
Na minha grande neurose, pensando que a mente precisa de um lugar organizado para se organizar, querendo "limpar as energias" do meu quarto e melhorar, assim, minha vida. Resolvi colocar os livros na estante em ordem alfabética de título. E agora, minha meta é ler um a um e provar que se os livros existem, devem ser lidos. O primeiro da lista é uma peça de teatro chamada Abajur Lilás, O - Plínio Marcos, no mesmo livro e em seguida tem outra peça: Oração para um pé-de-chinelo. Vou ler e pesquisar sobre o dramaturgo e este será o próximo tópico do meu blog. Divirtam-se com a minha falta do que fazer!

3 comments:

DiegoFerrite said...

"pensando que a mente precisa de um lugar organizado para se organizar"
Rs, essa superou o "eu me acho na minha bagunça" que ouvi dias atrás, rs.

Raquel said...

Se achar na bagunça...hmmm
Bom, eu estou com o Vítor Ramos...

"Eu não entendo indiretas"

Acho que se superou é melhor, né? Obrigada! A questão é que eu até achei bacana essa frase de se achar na bagunça. Mas a melhor que eu li foi "minha bagunça é organizada."

R. said...

Dar movimento ao estagnado – livros acumulando poeira, no caso – remete ao Feng Shui... ou estou enganado? :)

De uma forma (esotérica) ou de outra (limpeza, tão somente) faz bem. Ainda mais no 'nosso' caso – não sei se é a rinite que a ataca, mas... em se tratando de poeira, imagino que sim e eu tenho. E também deveria fazer faxina mas... ih! Sou tão relapso. Minha mulher que o diga. :(

E lembrou-me a casa de meus pais, onde há uma BARSA da década de 70 que era a salvação de todos, na hora de fazer trabalho escolar. De "todos" mesmo; vinham os colegas de sala fazer o trabalho lá, só por causa da enciclopédia.

Hoje em dia, com Wiki e tal, quem se lembra da outrora poderosa BARSA? Acho que só nós mesmos, os que um dia convivemos – e dependemos – dela...