Hoje, andando pela rua, recebi a seguinte cantada:
"Que saúde! Deus conserve, viu? Lôrão!"
Fiquei refletindo sobre essa frase por algum tempo. Como vocês sabem, quando o assunto envolve deus e seus mistérios acabo sempre filosofando. Sei que é uma simples cantada, mas quero, através desse texto, mostrar como se transforma um 'elogio', ou sei lá como podemos chama-lo, em um pensamento filosófico existencialista.
Bom, a questão que me intrigou foi "Deus conserve"... fiquei pensando nessa frase com absoluta profundidade e entendo que, se deus é esse ser que todos dizem, que criou a vida e a morte, a noite e o dia, a natureza e toda sua essência, criou a física, a química e a biologia. Criou norte, sul, leste, oeste, enfim... Se é desse deus que ele fala, então não entendo... Não me entra na cabeça tal frase, porque acredito que deus pode fazer de tudo, menos conservar coisas e pessoas. Se a vida é constante transformação, mudança a todo momento, "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia", então, ao meu ver, querido galanteador, você não entende nada de deus, nada da natureza e nada da efemeridade da vida. E como se diz por aí, às vezes não prestamos atenção no que falamos e no quão infundadas são nossas frases.
5 comments:
é por isso que eu só digo "Que petáculo!"
Eu gostei do 'Lôrão!' É muito significativo também. :D
Hahahahahaha! Alguém refletir assim por causa de uma cantada sem graça é muito engraçado!
Ah, Lorão, interprete com caridade, carinho, ele tava falando do deus teísta.
Eu acho essas cantadas de rua tão humilhantes... Eles sempre escolhem as piores frases. Uma vez fui chamada de "Ganzelona"...
Post a Comment