Laura é uma menina legal, muito legal! Não tem papas na língua... É bonita, inteligente, engraçada, risonha. Mas é completamente maluca. Não sei se devemos chamar de maluca, mas ela vive como quer viver... Um dia estávamos num bar, um cara a paquerava, alguém disse:
- Ele tem namorada...
Ela nem ligou, tava a fim e beijou.
- O compromisso não é meu...
Um belo dia ela estava ficando com um cara, ele era amigo do primo dela, o primo dela é gay, de repente ela solta:
- Cara, você é gay?
Claro, ele ficou magoadíssimo, ela até chorou depois de vergonha. Mas se explicou com ele e são bons amigos agora. Mas o mais louco nessa menina é a espontaneidade... É, acho que é essa a palavra...
Todo mundo chapado e ela diz:
- Vou ali dar um mijão!
O pessoal continua chapado e ela:
- campeonato de arrotooooo!!! Quem começa? Ninguém se habilita? Eu começo então!
Assim, ela não é vulgar, ela é legal, mas tem uma coisa que é só dela e não liga se alguém não gostar.
Thursday, June 28, 2007
Sunday, June 24, 2007
As crianças do terceiro período resolveram sentar numa roda e conversar questões existenciais. Até que uma delas resolve falar sobre um assunto muito sério: a existência de ninguém mais, ninguém menos, que Papai Noel. Mas um deles era mais esperto e disse:
- Ei, gente, quê isso! Papai Noel não existe... Mas coelhinho da páscoa... Ah, esse existe!
Pode não parecer, mas é uma discussão profundíssima!
- Ei, gente, quê isso! Papai Noel não existe... Mas coelhinho da páscoa... Ah, esse existe!
Pode não parecer, mas é uma discussão profundíssima!
Wednesday, June 13, 2007
O Devagar e o Súbito
O frio lhe doía os dedos ao tocar o piano. A professora sempre adivertiu para que fizesse o aquecimento das mãos e exercícios para a flexibilidade, porém, a necessidade de tocar era tanta, tão desesperada, que não podia perder tempo com aquilo.
Tocava com atenção, muita atenção, nota a nota, não errava uma, nenhuma lhe passava desapercebida. Ao tocar não se lembrava do passado e nem se importava com o futuro. Era apenas a vida, ela e o piano. Nota a nota, não o "do, re, do, re", mas tocava clássicos e mais clássicos, difíceis, aqueles que mexem com a alma, Bethoven, Bach, Mozart.
Não queria e nem poderia pensar naquele momento, mas no fundo sabia que se a morte viesse devagar tudo seria mais fácil. Nem era só a morte física que lhe incomodava, ela também sentia a morte que não parece morte, daquilo que não volta mais. Se tudo morresse devagar, se tudo morresse devagar, seria mais fácil. Entretanto aquela inesperada, aquela súbita, isso matava aos poucos, e era o que ela não queria para si. Que contradição, embora soubesse que morrer devagar doía menos aos outros, sabia que doía mais a si mesma. Seria egoísmo, e por isso não queria pensar naquilo, "morte lenta às coisas e pessoas, morte súbita para mim". Por esse motivo se calava e sentava ao piano, dedilhava, esquecia as pessoas, as coisas e suas mortes.
Tocava com atenção, muita atenção, nota a nota, não errava uma, nenhuma lhe passava desapercebida. Ao tocar não se lembrava do passado e nem se importava com o futuro. Era apenas a vida, ela e o piano. Nota a nota, não o "do, re, do, re", mas tocava clássicos e mais clássicos, difíceis, aqueles que mexem com a alma, Bethoven, Bach, Mozart.
Não queria e nem poderia pensar naquele momento, mas no fundo sabia que se a morte viesse devagar tudo seria mais fácil. Nem era só a morte física que lhe incomodava, ela também sentia a morte que não parece morte, daquilo que não volta mais. Se tudo morresse devagar, se tudo morresse devagar, seria mais fácil. Entretanto aquela inesperada, aquela súbita, isso matava aos poucos, e era o que ela não queria para si. Que contradição, embora soubesse que morrer devagar doía menos aos outros, sabia que doía mais a si mesma. Seria egoísmo, e por isso não queria pensar naquilo, "morte lenta às coisas e pessoas, morte súbita para mim". Por esse motivo se calava e sentava ao piano, dedilhava, esquecia as pessoas, as coisas e suas mortes.
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