Thursday, March 05, 2009

Reflexões numa noite quente

E da vida achei engraçado
passar ao meu lado a mãe com quatro filhos
Ela e seu amor, muito bem dividido
E eu, que nem sei se os terei, os quatro filhos

Achei também graça
Dos meus olhares de desejo
Coisa de menina mimada
Que deseja justamente aquilo que não pode ter

Achei divina a ideia de ter que se conformar
Conformar em ser o que é
Em ter o que se tem

Achei graça da solidão
Da minha deliciosa solidão
Aquela das noites quentes de Belo Horizonte
Da minha e da dela
A solidão da mãe com quatro filhos

Ri também e me diverti
Com o automóvel que vinha em minha direção
Um homem belo o dirigia
Claro que aprendi que as aparências enganam
Lembrei de palavras, algumas que tento não falar
Achei engraçado o autocontrole
Era um dia pra se rir
E qual não é?
Autocontrole... Pensar antes de falar...
As aparências enganam, as palavras não mais.

Resposta de um email

Amei, lindas, lindas!
Que tesão! babao
Seus auto-retratos, sempre bonitos.
Bjo.

Wednesday, March 04, 2009

Bela

Nascida mais para ser amada que para amar. Apesar da sede que sente em amar. Parece um tanto contraditório, mas não é. Encanta mais que é encantada... Quisera ser mais encantada que encantar. De forma doce, ela não segue ninguém, é seguida, porém quisera seguir. Achava não ter vocação para guia, mas entendeu que nessa vida não se escolhe certas coisas. Gostar. Palavra bonita, mas tão estranha para ela. Gosta de todos, ao mesmo tempo de nenhum. Altiva, admirada por muitos, detestada por alguns, quase nunca ignorada, sabe olhar nos olhos, dizem até que lê pensamentos... Como água, ela invade, arrasa, destrói, limpa e vai embora. Sabe quando tem que ir, sabe quando tem de ficar. Será que existe o equilíbrio entre gostar e ser gostado? Ou será que para ela isso nunca acontecerá? Então percebe que aos que ela admira nunca permanecem por muito tempo. Agora ela começa a se deixar admirar, artista de si mesma, segue bailarina, segue admirada... Irá contemplar na intensidade que é contemplada? Jamais! Mesmo tímida, consegue entender o destino a si reservado, não pode dizer nada agora, não é hora de falar.

Monday, March 02, 2009

Que coisa engraçada!

Essa vida nossa é uma comédia. Acho que toda vez que temos certeza de que estamos no controle, acontece algo para lhe dizer: "ei, você não manda em mim". Não sei porque criamos essa ilusão de que guiamos nossa própria vida, se, no entando, ela que nos leva. Nesse ponto concordo com Zeca Pagodinho, "deixa a vida me levar, Vida leva eu"

Agora, o mais engraçado de tudo, é acharmos que o outro é mais feliz. Passei esse fim de semana praticamente em casa, perguntando se sou normal, se sou menos feliz por não ter alguém para dividir minhas preocupações, minhas angustias e, claro, dar o meu amor. Mas percebo, ao conversar com amigos, que a insatisfação é geral. E aí, o que vamos fazer com esse problema? Acho que todos escolhemos a felicidade, mas ela foge de nós? Ouço reclamações por todos os lados: uma é linda, mas quer tomar remédio para emagrecer ou fazer dietas loucas para ficar magra no casamento, outra namora um para esquecer outro, outro arruma discussões por e-mail com pessoas do trabalho. E assim vai... Infelizmente entramos nesse jogo social... Tem que ser magro, tem que estar com alguém, tem que ser o dono da verdade, não importam nem um pouco se é de forma incondicional que somos felizes.

As pessoas me acham diferente, alguns dizem até que não sou normal. Mas pra que ser normal nessa normalidade chata, enfadonha? Vamos viver o concreto, o agora, esqueça jogos sociais, olhe nos olhos das pessoas, fale o que sente e não o que pensa ser o mais correto. Seja até um pouco chato, mas seja você!