Orgulho. Um dos seus maiores defeitos, ele sabia disso. Porém não adiantava dizer, assim como continua não adiantando. Caminhava altivo, com nariz empinado, seus cabelos lisos, nem curtos, nem muito compridos, caíam sobre os olhos. Ele os jogava para trás com um movimento de cabeça ou com as mãos mesmo. Não era bonito. Era baixo, franzino, dentes para fora, dizia ser descentente de índio. Apesar da aparência, sabia conquistar uma mulher, tinha seu lado Don Juan. Se envolvia de tal forma com elas que as faziam acreditar que haviam encontrado o homem de sua vida. Mas tudo era passageiro, ele gostava mesmo era de conquistar. Mas não acredito que seja um cafajeste sozinho... as mulheres tinham sua parcela de culpa. Era tão óbvio que não podia ser real, mas mulheres gostam disso, gostam de sofrer por um amor não correspondido. Mas como eu disse, seu ponto fraco era exatamente onde acreditava ser forte: seu orgulho! Dessa vez conquistou, se envolveu, mas havia uma terceira pessoa. Sim. Quantas pessoas existem num casamento? "Duas, o homem e a mulher. Não senhor, no casamento existem três pessoas, há a mulher, há o homem, e há o que chamo a terceira pessoa, a mais importante, a pessoa que é constituída pelo homem e pela mulher juntos"*. Mas parece que ele faz de tudo pra destruir essa terceira pessoa, pra ele basta viver consigo mesmo.
* A sitação em parênteses é do livro Todos os Nomes do Saramago.
Friday, July 27, 2007
Friday, July 06, 2007
Que nome dar?
Naquele dia de sol, João pegou seu barco e foi navegar, o dia estava lindo, um mergulho não seria nada mal. Pula na água, as ondas do mar estão bem calmas. Foi nadando, nadando, mas, como as coisas mudam, de repente, chegou uma tempestade.
Pensou em voltar para o barco, mas já era tarde, o barco estava distante, ele se distraiu nadando. Foi então que teve que dar braçadas em meio a ondas gigantescas, o barco cada vez mais longe. Pelo menos ele tinha um colete salva-vidas. A tempestade fez o céu escurecer mais cedo, e ele perdeu o barquinho de vista. Tentou nadar para o litoral, desesperadamente, sua angústia aumentava, engoliu água, estava tudo escuro, teve fobia. Ondas e mais ondas, agora não conseguia dar grandes braçadas, estava esgotado, exausto.
Então abriu os olhos, agora já não tinha mais nada... nada de ondas, de água, de barco, de escuridão, nem o colete estava com ele, só a dor que aumentara. Aquela dor que nos aprisiona desde o primeiro dia de vida e que, gradualmente, aumenta no peito. Dor cruel, laciva, impossível de não doer. A dor de perder.
Pensou em voltar para o barco, mas já era tarde, o barco estava distante, ele se distraiu nadando. Foi então que teve que dar braçadas em meio a ondas gigantescas, o barco cada vez mais longe. Pelo menos ele tinha um colete salva-vidas. A tempestade fez o céu escurecer mais cedo, e ele perdeu o barquinho de vista. Tentou nadar para o litoral, desesperadamente, sua angústia aumentava, engoliu água, estava tudo escuro, teve fobia. Ondas e mais ondas, agora não conseguia dar grandes braçadas, estava esgotado, exausto.
Então abriu os olhos, agora já não tinha mais nada... nada de ondas, de água, de barco, de escuridão, nem o colete estava com ele, só a dor que aumentara. Aquela dor que nos aprisiona desde o primeiro dia de vida e que, gradualmente, aumenta no peito. Dor cruel, laciva, impossível de não doer. A dor de perder.
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